quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

De onde eu vim?


Eu venho da morte, eu vim do túmulo, eu vim da noite preta e fria, gelada com suas tempestades e tormentas, eu vim da escuridão, eu estou caminhando a muito tempo, não é este blog uma partida, mas sim a chegada, é do véu negro da noite que eu vim, aquele que foi rasgado pela luz de uma linda manhã, e que me trouxe até aqui.

Se você está chegando agora, e observa este canto novo, estas páginas puras e recentes de Luz e paz, pode achar que esta história começou a ser escrita aqui, pode achar que nada há antes disto, mas este não é meu primeiro livro, este é o Livro da Luz, escrito depois que o Livro das Sombras foi concluído...

Este que aqui se apresenta é o livro escrito com água, mas antes dele houve já um livro escrito com sangue e lágrimas, com dor e angústia, em meio a chamas de uma vela perdida e sufocada na escuridão.

Eu vim da não-existência, venci a morte em vida, e me encontrei então imersa na Luz.

Eu vim de longe, e me despedacei no caminho, perdi para isto muitas pétalas que foram arrancadas de mim, mas eu venci e nasci renovada.

O que se apresenta aqui é a luz depois da madrugada! É o início de uma nova manhã, que foi por muito tempo sonhada, por muito tempo desejada, que muitas vezes se apresentou como sonho impossível em meio a trovões e ondas escuras da noite escura e violada, tão impossível quanto era continuar a viver, tão impossível quanto seria conseguir respirar...

O que se apresenta aqui é o verdadeiro dia, mas para ele raiar, houve antes uma longa e tenebrosa noite...

Eu venho de uma jornada, de uma peregrinação profunda para dentro de mim...

Eu venho de uma longa e perigosa viagem, na qual encontrei finalmente eu mesma, na qual cresci, aprendi, morri, e depois renasci...

Engana-se quem pensa que esta história veio do nada, engana-se quem pensa que não houve muita dor para chegar a este lugar.

Eu vim da morte, do fim para o começo, do túmulo para o berço, eu renasci...

Este é de fato o derradeiro começo, porque nunca mais haverá a noite traiçoeira, porque nunca mais haverá outra morte tão devastadora assim.

Este é de fato o porto de chegada, de onde eu começo de fato a minha caminhada na luz, porque eu vou morrer muçulmana! Escreva com ferro em brasa estas minhas palavras!

Porque como muçulmana eu vou até o fim de meus dias... esta é a Luz! E não as trevas de onde eu vim...

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