quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sobre a minha reversão ao Islam - depoimento no site do Centro Islâmico Brasileiro


Eu ainda vou escrever um texto inteiro contando sobre a minha reversão ao Islam, como e porque ela ocorreu.

Mas é melhor esperar um pouquinho porque como vocês já devem ter notado, eu escrevo "compulsivamente" =D...

Mas eu fui convidada para escrever sobre a minha reversão para o site do Centro Islâmico Brasileiro (http://www.centroislamico.com.br/index.php) e me senti muito honrada pelo convite, então se você quer saber como me tornei muçulmana, basta acessar o lindo site do Centro Islâmico Brasileiro, fruto do trabalho brilhante do irmão Nidal Nijm, e ler o meu depoimento, que se encontra na sessão HISTÓRIAS DE NOVOS MUÇULMANO do site.

A idéia do Centro Islâmico Brasileiro em relação a esta sessão é muito simples e direta: fazer Dawah, a divulgação do Islam, e deste modo animar outras pessoas a se reverterem ao Islam também.

Aproveitando, devo dizer que o site tem um conteúdo realmente de primeira qualidade, com ótimos textos e leituras, além de ser muito bem organizado e com uma bela interface gráfica exclusivamente desenvolvida pelo irmão Nidal e pelo seu pai, que Allah abençoe a ambos!

Salam!

Niqab


Eu copiei esta foto da minha querida irmã Halima, e resolvi postar aqui porque a foto realmente ficou muito boa, aqui dá para ver então novamente, nesta sequência, a Halima, eu no meio, e a Priscilla, as três de niqab e integralmente cobertas, durante nossa visita à Mostra "ISLÃ: ARTE E CIVILIZAÇÃO", em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo, até o dia 27 de março de 2011.

Este dia serviu para me dar a certeza de minha clara intenção de adotar de vez o niqab e o chador, porque me senti realmente muito bem vestida assim.

Eu acho que tudo é uma questão de metas, e de opção! Vou repetir a palavra para deixar bem claro. OPÇÃO!

É de minha livre e expontânea vontade atingir este nível de modéstia e submissão a Allah, SOMENTE A ELE. E minha escolha pessoal, que deve ser respeitada.

Eu acho que o Islam veio para ficar no Brasil, e aos poucos vamos conquistando espaços, nos impondo de maneira pacífica, e ao mesmo tempo o Brasil segue se acostumando conosco. Já somos respeitados e admirados por todo o Brasil, e à medida que o Islam cresce no Brasil e no mundo, mais ainda seremos.

O niqab e o chador dão realmente um conceito de dignidade acima de qualquer padrão à mulher, nos faz distintas de fato enquanto muçulmanas, serve também como Dawah aqui no Brasil já que, comprovadamente, como aconteceu conosco, as pessoas olham com admiração e respeito, e procuram conversar conosco.

Eu que já era defensora do hijab, agora passo a ser defensora sim do niqab, e do chador, tem um termo que designa as muçulmanas que usam niqab, não me lembro agora mas assim que eu me lembrar escrevo aqui.

Agora, só me falta mesmo, conseguir um chador para mim!!!

Salam!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Radical?!? Radical sou eu! E não o que aparece na imprensa...


Desde o dia em que pela primeira vez na vida coloquei meus olhos sobre a Surata Al Fatiha, quando estava estudando árabe e resolvi ler o Alcorão, eu estudo. E estudo muito, sobre o Islam.

Depois que me tornei muçulmana, o estudo se intensificou ainda mais, porque é dever de todo muçulmano estudar, é dever de muçulmanos e muçulmanas buscar o conhecimento do berço ao túmulo, e à medida que o tempo passa, não só a minha paixão pela minha religião aumenta, como também o meu conhecimento se torna mais amplo e começa a me permitir ter opinião sobre alguns assuntos, consciência sobre outros e sobre a realidade que vivemos hoje.

Estou assim neste ponto do meu caminho começando a entender algumas coisas que acontecem hoje em dia, quando tive um interessante diálogo com duas amigas que não são muçulmanas, no qual as duas estavam querendo entender um pouco sobre o Islam através de mim (agora eu sou "a minha amiga muçulmana" rs...).

Em determinado momento da nossa conversa, como é de se esperar, as duas me questionaram sobre as mentiras e estereótipos que aparecem na imprensa ocidental sobre o Islam. E eu me dispuz a esclarecer sobre isto como sempre faço, explicando ponto a ponto todas as diferenças entre a verdade, o Islam de verdade, e as mentiras veiculadas na mídia mundial, e principalmente as razões destas mentiras e a quem estas mentiras interessam e servem.

Foi então que uma delas virou para a outra, como se quizesse atestar minhas explicações, e disse: "Você tem que entender que radicalismo e extremismo existem em todas as religiões, mas eles são minoria..."

E esta frase me soou estranha, e me fez sentir que, espera aí!!! Tem algo de muito errado nisto tudo!!! Como assim radical??? Quem é de fato radical nesta história??? Que história é esta de falar que quem professa práticas e costumes que são abominações e erros perante o Islam, é o radical da história???? Quem é o radical? Quem é de fato o fundamentalista ou extremista???

Então quem erra, se afasta do Islam verdadeiro, autêntico, original como foi ensinado pelo Profeta Muhammad (que a paz e a benção de Deus esteja sobre ele), cria um espaço entre o Islam e suas práticas e idéias, e deixa este espaço ser corrompido e completado pelo pó do descaso, dos costumes ilícitos, das tradições pecaminosas e viciadas de seus antepassados que justamente foram combatidas pelo Islam, este é o radical? Este é o que leva o Islam ao pé da letra?

De jeito nenhum!!!! Este não é o radical, este é o desleixado que não teve o devido cuidado na conservação do Islam!!! Este é aquele que fez pouco caso, deixou o Islam ser corrompido em si, permitiu que o pó do esquecimento e do tempo se acumulasse sobre o Livro, sobre a Sunnah, levou o Islam à estagnação, e com isto contribuiu para que a Ummah perdesse o seu lugar no mundo e a sua vitalidade essencial. Este não é o radical!!!

Radical sou eu!!! Radical é quem procura a prática do modo de vida perfeito e completo!!! Radical é quem segue à risca as práticas do Profeta (saws) como eu faço, e como muitos irmãos e irmãs no mundo todo fazem!!! Nós somos os radicais, e a falta de radicalismo é que trouxe a ignorância de volta, a pobreza de volta, a corrupção de volta, a miséria e a injustiça, a opressão e a loucura, a guerra, a violência!!!

Foi justamente a falta de radicalismo, o desleixo para com o Islam, a falta de conservação das tradições, o permitir que houvessem não só inovações como também a volta das antigas tradições antepassadas abomináveis que foram combatidas pelo Profeta (saws) que simplesmente rachou e transformou em ruínas todo o desenvolvimento, conhecimento, justiça social, e equilíbrio, que o Islam trouxe para o mundo, para muitas nações islâmicas, para a Ummah como um todo!!!

É a hora de voltarmos a ser radicais!!! Temos de sacudir a poeira e retomar o Islam de fato, puro! Original, como foi nos ensinado pelo Profeta (saws)! De acordo com a Palavra de Allah expressa no Alcorão em sua mensagem, e de acordo com a prática do Profeta (saws) registrada na Sunnah!!!

O Islam está renascendo no mundo todo. O crescimento do Islam no mundo é impressionante!!! E asseguro a todos que visitam o meu cantinho, se vocês não são muçulmanos e percebem este crescimento, não sabe como é impressionante para nós muçulmanos ver, sentir, perceber este crescimento!

É a hora, e temos de fazer a nossa parte, para que este crescimento envolva a todos! Não só em quantidade, mas em qualidade, não só os novos revertidos, mas todos que fazem parte da Ummah, pois só o Islam verdadeiro e puro traz honra!! Traz desenvolvimento pessoal e social! Traz união! Traz conhecimento! Traz desenvolvimento e justiça! Traz verdadeiramente as dádivas que já trouxe um dia.

O contrário, será premiado com a humilhação, a miséria, a desordem e a opressão, a abominação, e é de fato abominável, pois é o mesmo que virar as costas para Allah, o Único!

Então me permitam dizer: Radical???? Radical sou Eu! Eu é que sou a radical!!! Eu e todos que seguem de fato o Islam à risca!!!

Para finalizar, gostaria de deixar aqui o link de um excelente texto publicado por um irmão em seu blog - o blog Jazira Al Arabiya. Recomendo a leitura, porque creio que a idéia é a mesma explanada aqui: http://jaziralarabia.wordpress.com/2011/01/26/a-causa-da-estagnacao-dos-muculmanos/ 

Salam!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Como cuidar do seu Alcorão


Eu não sei se este post é direcionado propriamente para muçulmanos, mas pode ser útil para quem é recém-revertido. Porém escrevo aqui pensando em quem não é muçulmano, ou ainda não é.

Eu estava lendo um tópico em uma das comunidades islâmicas do Orkut na qual estou, sobre o lançamento do Jornal A Folha de São Paulo, o Alcorão, dentro da coleção LIVROS QUE MUDARAM O MUNDO, e um irmão mostrou lá grande preocupação sobre o cuidado com o Livro por parte das pessoas que não são muçulmanas, e isto me fez pensar.

Eu mesma propaguei a notícia sobre a chegada às bancas do Alcorão editado pela folha, então resolvi escrever falando um pouco sobre isto.

Bem, pelo que estou sabendo as vendas foram realmente fenomenais. O rapaz que é o dono da banca onde comprei o meu, aqui pertinho de casa, disse que já fez o terceiro pedido de exemplares para a Editora, porque os dois primeiros se esgotaram de forma rápida, isto só na banca dele.

Então vamos lá, você foi á banca e adquiriu o seu exemplar. Ótimo, eu fico muito feliz que tenha feito isto porque o Alcorão é o Livro Sagrado para toda a humanidade, e elevo minhas súplicas a Allah para que te encaminhe à senda reta, certamente trará para você tanta luz quanto trouxe para mim, inshallah!

Mas de qualquer maneira, lembre-se de que este Livro não é um livro comum, ele é A Palavra de Deus, o Livro que confirma todos os outros livros sagrados, que os completa, o último Livro de Deus.

Então trate-o com a distinção que ele merece.

Nós muçulmanos dispensamos a ele o maior respeito possível, é sempre recomendável fazer a purificação antes de manuseá-lo (wudu), ter cuidado com seu armazenamento, e respeito, não o levando por exemplo para se ler no banheiro, e sempre o apoiando em ambiente limpo para a leitura.

Em minha casa, o Alcorão fica em um lugar só dele, o lugar de maior destaque na casa, sobre uma estante especial e cercado de carinho e reverência. Ele não fica armazenado na estante como os outros livros, e eu sempre faço wudu para lê-lo.

Eu leio o Alcorão todos os dias, ao menos uma Surata. e sempre me certifico de que a leitura será feita com a maior reverência e higiene possível, nunca o coloco sobre a mesa sem antes verificar se a mesma está limpa, nunca coloco minhas mãos em suas folhas sem antes estar purificada.

Na casa de uma pessoa que seja muçulmana, o Alcorão nunca fica também exposto como enfeite, aberto em determinada folha e ali estando sem se mover, como vemos algumas vezes em casas de outras religiões de Livros.

Ao contrário, o Alcorão é um Livro vivo! Sempre consultado, lido, e sempre em comunicação na casa que o acolhe da maneira certa.

Então lembre-se disto, e por favor eu lhe peço, tenha respeito e reverência com o Alcorão.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

19/02/32 A.H. (23/01/11) ISLÃ: ARTE E CIVILIZAÇÃO – Conclusão

Saguão de entrada do CCBB SP, visto do alto, retratando o lindo e singelo chafariz e o piso da Mostra. O Prédio que já é lindo, se enfeitou todo para a exposição.

A MOSTRA – Muito bem montada e interessante, a Mostra Islã: Arte e Civilização tomou conta de 5 pavimentos do lindíssimo prédio do Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo.
Em exposição, exemplos da arte e cultura islâmica, tapeçaria, objetos variados, roupas, invenções da época de ouro do Islam, alguns exemplos de alvenaria, jóias, painéis explicativos e um conjunto em geral de peças e ambientes que vale a pena serem vistos.
Muito interessante um ambiente em que se podia selecionar algumas mesquitas e ter uma visão panorâmica da mesma, como a Mesquita Al Haram, a Mesquita dos Ômiadas, a Mesquita Al Aqsa, e outras.
Também achei muito interessante uma tela digital em que se podia criar com o dedo tocando na tela, o seu próprio grafismo islâmico, composto de elementos geométricos e cores variadas. Algumas roupas femininas também encheram meus olhos com sua beleza e singularidade. Muito semelhantes às abayas de hoje em dia, algumas continham um interessante prolongamento das mangas em forma de faixas que pendiam dos pulsos, realmente muito bonitas.
Outro ponto a se destacar é o belo e explicativo material gráfico composto de um Caderno de Mediação com fotos lindas e belo texto, e um lindo folheto de 8 folhas ricamente ilustrado e com texto em português e inglês sobre a mostra e sobre o Islam.
Certamente recomendo, vale a pena visitar a Mostra.

Halima, eu, e a Priscila, três muçulmanas brasileiras.

A EXPERIÊNCIA – A minha avaliação é de que foi altamente positiva, em vários aspectos. Em primeiro lugar porque eu agora sei que quero de fato adotar o chador e o niqab de forma permanente, e na medida do possível tudo farei para alcançar este objetivo.
Eu me senti muito bem vestida assim, me senti muito bem mesmo! Não senti metade do calor que pensei que sentiria, estava realmente confortável, feliz por estar assim, é um verdadeiro diálogo pacífico com o mundo à minha volta, e um direito que eu exerci de me cobrir de acordo com os conceitos de minha religião e do que elegi como minha meta, estava recatada, distinguida enquanto muçulmana, fui respeitada, e esta experiência me mostrou que é possível sim se vestir assim no Brasil.
Mas mostrou muito mais, mostrou que além de tudo, é mais uma forma de fazer Dawah! E isto foi algo muito bom de se comprovar, porque as pessoas vinham conversar conosco, querer saber mais sobre o Islam! Fomos até parados na rua por pessoas que estavam na Mostra e fizeram questão de vir conversar conosco, fomos fotografadas, e tenho certeza de que acabamos por deixar a experiência da mostra mais completa para muitas pessoas, afinal elas foram para lá ver uma mostra sobre o Islam, e lá chegando, além da mostra viram muçulmanos, e conversaram com muçulmanos, então eu acho que sim é válido e digo que daqui a pouco tempo não seremos assim tão raras pelas ruas do Brasil, muçulmanas inteiramente cobertas, insha Allah, e certamente eu serei uma delas... =)


Salam!

19/02/32 A.H. (23/01/11) ISLÃ: ARTE E CIVILIZAÇÃO – A MOSTRA, E A EXPERIÊNCIA...



Fui à mostra ISLÃ: ARTE E CIVILIZAÇÃO em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo no domingo, dia 19 de Safar de 1432 AH (23/01/11) e gostei. Gostei muito!
Mas foi um dia tão intenso, tão repleto de fatos interessantes, que eu nem sei se cabe tudo em um tópico só. Eu vou tentar condensar tudo em apenas um tópico, mas se não der, divido em dois, porque tem duas coisas a serem narradas: a Mostra em si, e a Experiência que realizamos, duas coisas distintas, mas que se fundiram.
Eu havia convidado uma de minhas filhas para me acompanhar, mesmo antes da Mostra entrar em cartaz no CCBB, e ela esperava este passeio com grande ansiedade.

Mas eu também desejava ir na companhia da Halima, minha amiga e irmã querida, e no fim se juntou ao nosso grupo outra irmã, a Priscila, que eu conheci neste mesmo dia, amiga da Halima. Além de nós, estavam presentes também o marido e o filho da Halima, um ótimo grupo, o que por si só já prenunciava um passeio muito agradável, tanto quanto todos os presentes, e todos com a exceção da minha filha que “ainda” não é muçulmana (Allah sabe mais e me sentirei honrada se ela manifestar a vontade de se reverter), embora demonstre gostar muito do Islam e da língua árabe, são muçulmanos.
Passeio combinado, recebi um telefonema da minha amiga querida, dando conta de que a irmã que nos acompanharia já usava algumas vezes niqab e qimar, e ela me convidou então para fazermos uma experiência na ida à Mostra, irmos as três de niqab e véu inteiro, ela e eu de chador (na verdade o nome é outro mas é como um chador ou enfim, o véu inteiro que cobre da cabeça aos pés) e a Pricila de qimar, as três de rosto coberto pelo niqab. Eu fiquei muito feliz com o convite, porque tenho sincero e real desejo de adotar de vez o chador e niqab e me cobrir inteira. E assim fizemos. E este detalhe fez do dia mais especial ainda, porque não se vê nas ruas de São Paulo, e nem no Brasil, com certa facilidade, muçulmanas cobertas desta forma, em especial com o rosto coberto. Fomos lá ver o que aconteceria e qual seria a nossa reação e a reação do mundo à nossa volta, hoje pensando bem foi sim um ato de coragem, mas principalmente de imposição pacífica, afinal somos muçulmanas, temos o direito de nos cobrir, não?
Fui para a casa da minha querida amiga, com a minha filha, e de lá saimos para nos encontrar com a Priscila. Lá nos vestimos e saímos, um pouco receosas, é certo, porque nunca sabemos o que pode acontecer, infelizmente muitas pessoas ainda não entendem de fato o Islam no Brasil, e embora a verdade seja de que o brasileiro em geral respeita a nossa religião e tem curiosidade por conhecer mais sobre o Islam, sabemos também que existem pessoas mal intencionadas, ou preconceituosas, que demonstram péssimo comportamento e péssima tolerância social com o que é diferente do que ela ACHA que é a ÚNICA VERDADE ABSOLUTA...
Saímos da casa dela e fomos à pé, até a estação do metrô onde combinamos de nos encontrar com a Priscila, a estação não é longe, mas também não fica muito perto, o que nos rendeu um belo e agradável passeio.
Quando saímos na rua, eu senti que fomos logo olhadas pelas pessoas à nossa volta, mas eu estava serena e confiante, certa de minha intenção e coerência, nada naquele momento me faria recuar, nem mesmo uma eventual reação exarcebada por parte de algum transeunte, mas o fato é que este tipo de reação não aconteceu, ma sha Allah! Os olhares em geral eram mesmo de curiosidade, e respeito. Teve até um motorista que gritou com toda a força de seu carro em movimento “Assalam Aleikomm!” e pessoas que nos cumprimentaram no caminho!
Já perto da estação, passamos por um grupo de muçulmanas, provavelmente libanesas, moradoras da minha rua, não sei se fui reconhecida porque eu estava totalmente coberta, mas a minha filha não estava coberta e estava de mãos dadas comigo, elas olharam espantadas, acho que nunca esperavam encontrar muçulmanas vestidas daquela forma em plena São Paulo. Ao passarmos por elas, o marido da Halima as cumprimentou e elas timidamente responderam.
Eu estava muito serena, e feliz, muito feliz! Por estar experimentando o tipo de vestimenta que até então tinha apenas a intenção de usar, mas nunca havia sequer experimentado. Eu estava usando o meu niqab, mas o chador era emprestado da Halima, já que ainda não tenho o meu (eu quero o meu chador =(... buááááá!!) e também estava me sentindo muito confortável, muito mais do que pensava que me sentiria.
Nos encontramos com a Priscila no metrô, também integralmente coberta, e fomos então à Mostra...
O centro de São Paulo estava tranquilo, e o dia estava realmente lindo, com céu azul, calor mas sem exagero até ali, um belo dia de domingo, realmente um belo e agradável passeio. No metrô e nas ruas, todas as atenções eram para nós. As pessoas olhavam ao nos ver, com um espanto inicial e posteriormente com curiosidade. Perto do prédio do CCBB, duas moças passaram por nós comentando que talvez fôssemos “da” exposição, rs... como se fôssemos atores ou performers.
O prédio do CCBB SP, que já é lindo por si só, estava mais bonito ainda para a Mostra! No saguão de entrada, foi instalado um piso circular com motivos islâmicos que continha no centro um lindo e singelo chafariz, também em motivos islâmicos. Ao chegar, notamos que ele estava cheio de... moedas! Sim moedas, não sei porque mas o povo resolveu jogar moedas dentro da água!

Entramos, e todos nos olharam, fiquei imaginando quanto daquelas pessoas pensaram que se tratava de uma família completa rs... devido ao estereótipo que existe no Brasil sobre nós, muitas pessoas ali devem ter imaginado que nós três éramos esposas do marido da Halima, e as crianças eram os filhos. Na verdade por conta disto eu já imaginava que quem mais teria de demonstrar coragem mesmo era ele, já que as pessoas poderiam ver nele “o opressor” que obriga “suas esposas” a se cobrirem daquele jeito! “Que horror” rs...
Para quem não sabe, lembrando aqui que:
  1. Dentro do Islam como deve ser mesmo, original, sem invenções nem “poluições” de coisas ilícitas, nós somos respeitadas e temos voz e direitos, e não somos obrigadas a nos cobrir e usar véu e chador e niqab, nada disto, ao contrário, escolhemos isto! Requeremos este direito, tanto que nós três escolhemos fazer esta experiência, e tenho certeza de que passado o receio inicial, as três estavam muito felizes por estarem assim!
  2. Sim existe a possibilidade de um muçulmano ter até 4 esposas, não é que isto seja recomendado, mas permitido, e as razões para um casamento com mais de uma mulher são várias, certamente nenhuma delas tem a ver com lascividade ou desejo erótico. Só que este costume hoje em dia é muito raramente adotado, uma das razões é evidente! Vai ver o gasto que é sustentar uma família, imagina só duas, três, quatro!! Sendo que cada esposa tem de ter uma casa separada e só para si, e no mundo todo, o custo de vida é alto! Antes do Islam, os homens casavam-se com várias esposas, muito mais do que 4, e em geral abandonavam a maioria delas, o que causava sérios problemas sociais, materias, e emocionais. O Islam trouxe respeito a esta questão, e controle.
No fim das contas foi um dia muito agradável, a Mostra é ótima, a reação das pessoas foi realmente surpreendente, e ainda fomos à Mussala da Praça da República para fazer a oração do crepúsculo, um dia intenso, que terminou com uma chuva intensa sobre São Paulo.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Eu sou uma muçulmana brasileira!


Eu sou uma muçulmana brasileira!
Com muito orgulho, com muita fé!

Sou filha do Brasil, nascida aqui e de família brasileira,
Eu sou guerreira, sou leoa destas matas e destas bandas do Atlântico e defendo com toda a minha força a minha religião.

Não sou a única, somos muitas, eu e minhas irmãs, muçulmanas brasileiras.

Somos todas integrantes de uma imensa nação, a Ummah! Onde todos são iguais, onde se irmanam pessoas de todos os cantos do planeta, brasileiros, egípcios, libaneses e norte-americanos, ingleses, franceses, todos muçulmanos!

Somos todos nós a grande Nação Islâmica! Unidos em torno de um só Deus, irmanados pelos passos de um grande homem, o nosso amado Profeta (saws).

Por isto eu digo que tenho muito orgulho de ser muçulmana, e brasileira!

Salam!

Shahadah - como uma pessoa se torna muçulmana


Pela primeira vez escrevo um post meio que "sob encomenda". Me foi perguntado o que se deve fazer para que uma pessoa se torne muçulmana.

Então eu prometi que escreveria sobre isto no meu blog, e aqui estou escrevendo.

Antes de explicar "como se faz", vamos falar primeiro de algumas considerações.

Em primeiro lugar, não usamos o termo "conversão" quando nos referimos ao Islam. No lugar de "conversão", usamos o termo "reversão". Então se diz "Reversão ao Islam", ou por exemplo "Eu procedi à minha reversão...", "sou revertida ao Islam há mais de 2 anos..." etc...

E qual a explicação disto? Simples, como tudo o que há no Islam: acreditamos e afirmamos que verdadeiramente só existe um Deus, só Ele é digno de adoração, Ele é o Criador de tudo o que existe, e portanto tudo e todos vêm dele. Se todos vêm dele, então todos nascem muçulmanos essencialmente. Ao longo da vida cada um toma o seu caminho, alguns permanecem monoteístas e muçulmanos, outros seguem diferentes direções.

Estes que seguem diferentes direções, quando se tornam muçulmanos, estão não verdade voltando a Deus, porque vieram Dele, se afastaram, e através do Islam estão de volta.

Então a reversão é o ato de voltar a Deus.

Esclarecido estes ponto, outra coisa que devemos nos lembrar é que o Islam veio para facilitar, e não para complicar. Neste sentido, as práticas na verdade são sempre simples, e todas têm sempre uma explicação ou conceito por trás delas.

O Islam é a fé inteligente. Nada há no Islam que seja meramente uma ordem sem que não se tenha acesso ao porque daquela ordem, ou conceito. Você nunca fica sem resposta.

Então podemos concluir aqui que para se tornar muçulmano não há um ritual elaborado e cheio de mistérios e segredos, o que conta aqui é a intenção verdadeira, a fé viva de fato, e a extrema ligação de amor e submissão a Allah.

Temos 5 pilares da religião no Islam, já explanados em outro post neste meu cantinho, e a reversão representada pela SHAHADAH, é um destes pilares.

Proceder à Shahadah é dar o seu testemunho de fé, testemunhar que existe apenas um Deus, que só ele é digno de adoração, e que Muhammad (saws) é o seu último mensageiro.

Como fazer? Basta que você diga com toda a fé em seu coração:

"La ilaha ila Allah Muhammad rasulu lah.

Testemunho que não há divindade além de Allah e Muhammad é seu mensageiro."


Diga a frase em árabe e a frase em português.


Onde fazer? Se você puder fazer em uma mesquita com o testemunho de outros muçulmanos, será bom. Mas pode ser feito até mesmo em sua casa, e sem testemunhas. O importante mesmo é ter consciência do que está afirmando perante o mundo, do que está testemunhando, o importante é que você saiba de coração o que está falando e que seja feito de coração, por verdadeira fé em sua afirmação.

Pronto! Só isto! A partir destes testemunho dado, você acaba de se tornar um muçulmano. E tem mais, fazendo aqui referências às palavras que ouvi de um Iman em um vídeo sobre Shahadah que muito me emocionou, neste momento de sua reversão você se torna o mais perfeito dos muçulmanos, porque todas as suas faltas anteriores estão perdoadas, todos os seus erros perante Allah estão perdoados, e você tem de fato uma vida nova a partir deste momento.

E depois? Bem, depois vá com calma, não queira fazer tudo correndo e mudar toda a sua vida e seus hábitos de um dia para o outro.

Aos poucos, vá promovendo mudanças em sua vida. Começe por exemplo fazendo as 5 orações diárias, os Salats. Depois, aos poucos você pode ir mudando seus hábitos de vestimenta, roupas, e também de consumo, porque nós muçulmanos não bebemos bebidas alcoólicas, não usamos drogas, não nos entorpecemos já que temos 5 momentos para louvar a Allah por dia e você não vai se dirigir A Allah entorpecido, não comemos carne de porco, não consumimos sangue e derivados, e carne maturada (carniça). Mas vá aos poucos, e sempre, melhor ir devagar e com qualidade e consciência do que fazer tudo com pressa e de forma superficial, além de ser mais saudável para você, e ser saudável é também uma forma de louvar à Allah.

Entenda que o Islam é um sistema de vida, um modo de vida completo e perfeito, este é um grande conceito, o Din. E estude sempre! É dever do muçulmano e da muçulmana, buscar o conhecimento do berço ao túmulo, leia o Alcorão e a Sunnah, e procure sempre construir o seu conhecimento à respeito da sua religião.

Bem, espero ter respondido à questão sobre a qual me propuz a dar a resposta com este post.

Que Allah abençoe a todos, seus passos, seus caminhos e a sua família, que sejas conduzido à senda reta.

Salam!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

LEMBRETE - "Islã: Arte e Cultura" já está em cartaz no CCBB SP


Se alguém pensou que a foto acima retrata a cúpula por dentro de alguma mesquita, se enganou rs...

Esta é uma foto da cúpula do Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, o CCBB SP.

Só o prédio já merece uma visita por ser um dos mais belos e preservados do centro histórico da cidade de São Paulo, ainda mais agora que já está em cartaz no CCBB a mostra "ISLÃ: ARTE E CULTURA"!

Não percam, eu estarei lá no sábado agora dia 23 de janeiro à tarde inshallah!!


Mostra “Islã: Arte e Civilização”
Data: 18 de janeiro a 27 de março
Local: Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 - Centro/SP
Telefones: (11) 3113-3651 / 3113-3652

Entrada gratuita

A Mensagem (Al-Risalah) - O Filme


Eu ganhei de presente de uma amiga querida o filme A Mensagem (Al-Risalah) e me emocionei muito ao assistir ao filme, que belo presente este que recebi!

O filme retrata o início do Islam, desde o começo das revelações recebidas pelo Profeta Muhammad (que a paz e as bençãos de Deus estejam sobre ele) até a tomada de Makka, quando a idolatria foi expulsa da Qibla pelo Profeta (saws).

Produzido em 1976, o filme conta com Antony Quinn no papel de Hamza, e direção do aclamado diretor Moustapha Akkad, já falecido.

Ele foi produzido originalmente em inglês e contou com a consultoria de muçulmanos, mas mesmo assim foi lançado em meio a polêmicas porque alguns consideraram uma afronta aos próprios ensinamentos do Profeta (saws), que sempre se preocupou em não ser retratado ou cultuado depois de sua morte, pois para nós muçulmanos só existe um Deus, somos monoteístas, e só Ele é digno de adoração.

É interessante ver que o filme não mostra o profeta Muhammad já que nenhum homem é digno de se comparar a ele e portanto seria abominável ver um ator o interpretando, mas de forma espetacular, e executada com maestria, sugere sua presença nas cenas, algumas vezes mostrando por exemplo a visão do profeta sobre o seu camelo branco, outras vezes mostrando a ponta de um cajado ou fio de uma espada em batalhas e combates, mas na maioria das vezes usando o enquadramento do personagem que está dialogando com ele olhando diretamente para a câmera, um trabalho realmente impressionante.

O filme é uma super-produção e um épico, a mim emocionou muito em vários momentos, como a batalha de Badr, o sofrimento que o nosso amado Profeta (saws) suportou no início de sua pregação, os primeiros martírios de muçulmanos, a construção da primeira mesquita de Madina.

Era de fato um mundo brutal, de seca, de fome, de falta total de recursos e desolação, onde um grupo de pessoas simples e do povo se uniu para seguir a linda mensagem recebida por um homem que é de fato excepcional, Lider e unificador de todo um povo, sincero, confiável, sábio mas ao mesmo tempo simples, popular, inserido em seu tempo e sua realidade tanto quanto seus companheiros, os Sahaba.

Outro elemento muito interessante para mim foi tomar conhecimento mais aprofundado da história do Bilal (que Deus esteja satisfeito com ele), primeiro muazin do Islam, e um ex-escravo, se eu não me engano etíope, que se recusou a chicotear um dos companheiros do Profeta (saws) enquanto ainda era escravo e por isto quase perdeu a vida, e se tornou depois um dos amigos mais próximos dele.

Bilal (que Deus esteja satisfeito com ele) é hoje considerado como um "padrinho" do Islam para muitos muçulmanos africanos, e meu respeito e admiração por ele aumentaram e muito depois de assistir este filme.

Recomendo certamente!

Achei um link onde se pode assistir ao filme dublado em português, dividido em partes:


Existe também o filme na íntegra e dividido em capítulos no Youtube, mas não encontrei no Youtube a versão legendada ou dublada.

Salam!

Solidariedade às vítimas da tragédia do Rio de Janeiro

A Liga da Juventude Islâmica do Brasil - Mesquita do Pari, está recolhendo donativos para ajudar as vítimas da tragédia ocorrida no Rio de Janeiro em decorrência das chuvas de verão.

Os donativos - alimentos não perecíveis, roupas, e outros - podem ser entregues diretamente na Mesquita, que fica localizada no seguinte endereço:

Rua Barão de Ladário, 922 - Brás - São Paulo (SP)
Telefone: (11) 3311-6734 / 3311-8697
Site: http://www.ligaislamica.org.br/index.htm 

Vamos ser solidários e ajudar nossos irmãos do Rio de Janeiro em uma hora de tanta aflição como esta.

Amanhã mesmo estou levando meus donativos inshallah

Salam!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Rosa Despedaçada


Eis que volto a escrever em negro, em luto, e sobre a escuridão.


Mais uma rosa arrancada á força do jardim da vida, mais uma rosa despedaçada, eu assisto à notícia sentada em meu sofá, filtrada pela luz fria e azulada da tela da televisão.


Mais uma de centenas de rosas despedaçadas todos os dias, de milhares de rosas pisadas e esmagadas por todos os cantos deste país.


Esta, assim como tantas, diz a notícia, foi vítima de doentio ciúme, cuja desculpa na boca de seu algoz seja provavelmente a palavra "amor", mas que amor é este que pede a destruição? Que pede posse? Que faz o olhar ver apenas um objeto de desejo em vez de uma vida, de um ser humano, de uma história já vivida e muita história ainda por viver, cortada, sufocada, arrancada, interrompida...


Isto não é amor, isto é egoísmo!


Maria de Fátima foi jogada no lixo, devidamente embalada e misturada a outras sacolas cheias de coisas que já não servem mais, ao lado de dejetos, de objetos que já perderam a razão de sua existência, um claro sinal da visão de seu assassino, porque já que não mais o serve, não serve então para nada, deve ser descartada, jogada no lixo e dispensada, não há nesta relação nada que demonstrasse vida, apenas um objeto já usado, gasto, destruído depois do uso, e dispensado.


Maria de Fátima é uma só, das inúmeras rosas colhidas do canteiro da vida antes do tempo, e há uma verdadeira colheita lá fora, todos os dias, em todos os cantos, estou cansada de ver notícias assim!


Até quando? Até quando seremos forçadas a ver mulheres massacradas deste jeito? Até quando teremos de temer pela vida de amigas, de mães, de filhas, de nós mesmas? Até quando?


Até quando seremos agredidas pela triste realidade que mostra que assassinos, estupradores, torturadores, algozes covardes de todos os tipos nunca são devidamente punidos, e com isto recebem alvará oficial para seus atos abomináveis?


Maria de Fátima entra para uma longa fila, que tem entre seus nomes, figuras nacionalmente conhecidas, é certo, mas que em grande parte, na sua maioria, é composta de rostos e nomes anônimos, histórias nunca antes escritas, dramas nunca descritos e desconhecidos.


E seu algoz entra também para uma longa fila, a fila dos agressores, que em sua grande maioria é composta de pessoas livres, de sua pena, de sua culpa, que livres estão por ái, prontos para despedaçar mais uma rosa, para eles não custa nada, afinal já não fizeram uma vez? E não estão livres para escrever com o sangue covardemente derramado, mais páginas de uma triste história de um país?

Mais uma rosa despedaçada, para outras rosas cujas pétalas foram também arrancadas à força, e tiveram de sentir a dor que sentiram como eu, vem à boca um gosto amargo... um gosto insuportável de injustiça, mas eu estou viva, não sei até hoje porque, penso nas outras rosas apodrecidas e derramadas, e me sinto assim novamente despedaçada, eu sei o que elas sentiram, eu também já senti...


Assim somos nós brasileiras, rosas despedaçadas...

"O Clone" vai às compras

Quem me conhece sabe que não morro de amores pela Rede Globo.

Muito pelo contrário, tenho sérias divergências de opinião e de postura e comportamento com esta emissora.

Mas eu tenho de reconhecer a força da emissora. Faz uma semana que a novela O Clone voltou a ser apresentada, em um horário nada favorável porque é de tarde, no horário de reapresentações de novelas da emissora, e de fato as atenções para com o Islam aumentaram mais ainda!

E estou sentindo na pele isto! E eu não morro de amores pela novela, mas no fim das contas novamente ela contribui para aumentar o interesse das pessoas sobre minha religião.

Na semana passada eu fui ao supermercado como faço todas as semanas. Bem, foi eu entrar no supermercado e logo ouvi uma moça comentando como seu acompanhante (não sei se era marido ou namorado) "Olha, uma daquelas moças do Clone!" =S...

E depois disto, onde eu ia no supermercado, ouvia alguém se referindo à novela em relação a mim.

Bem, "O Clone" foi às compras no final! Não que eu tenha achado bom, mas isto mostra o que eu relatei acima...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Melhor de todos os homens


Há algum tempo o site Bestofmen.org (http://bestofmen.org/) promoveu uma votação mundial para escolher o Melhor Homem de toda a história da Humanidade.

O resultado final desta votação foi anunciado em 11/01/11 e 10 candidatos chegaram à final.

O detentor do primeiro lugar escolhido pela votação aberta a todos foi o Profeta Muhammad (saws).

Fiquei muito feliz por este resultado, eu participei com o meu voto e não é de se estranhar que o Profeta (saws) tenha ganho esta votação, já que a imensa admiração por ele transcende as fronteiras da religião.

Não é de hoje que várias pessoas influentes na história da Humanidade expressam sua admiração pelo Profeta Muhammad (saws), existe inclusive uma obra intitulada "As 100 Pessoas Mais Influentes da História" em que o Profeta é citado como o número 1 dentre estas 100 pessoas.

Pessoalmente a história do Profeta (saws) me emociona muito, e me emociona porque amo o Profeta (saws), o respeito e o tenho como exemplo para mim e para toda a humanindade.

É importante ressaltar aqui que nós muçulmanos não adoramos ao profeta Muhammad (saws), porque adoramos apenas à Allah, só existe um Deus, e só Ele é digno de adoração, e este é o maior ensinamento do Profeta (saws).

É importante destacar a sua simplicidade e humildade, ele não gostava de reverências, não aprovava que se levantassem quando ele chegava, nunca permitiu que seu rosto fosse retratado e deixou instruções claras no sentido de que não o cultuassem depois de sua morte, esta era uma grande preocupação dele!

O profeta (saws) era um homem sábio dentro de sua simplicidade, justo e bom, conhecido por sua sinceridade e depositário da confiança até de quem não gostava dele. Ele era iletrado, e todas as revelações que recebeu de Allah através do Arcanjo Gabriel foram ditadas para que homens que sabiam escrever pudessem registrar, e toda esta obra magnífica se chama O Alcorão, a verdadeira mensagem de Allah em Suas palavras, uma Obra impressionante e inigualável até em termos de composição literária.
 
Como muçulmana, estou feliz e emocionada pelo resultado da votação do site Bestofmen.org!

Salam!


sábado, 15 de janeiro de 2011

Porque devemos usar hijab?

"Dize às fiéis que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores e não mostrem os seus atrativos, além dos que (normalmente) aparecem; que cubram o colo com seus véus e não mostrem os seus atrativos, a não ser aos seus esposos, seus pais, seus sogros, seus filhos, seus enteados, seus irmãos, seus sobrinhos, às mulheres suas servas, seus criados isentas das necessidades sexuais, ou às crianças que não discernem a nudez das mulheres; que não agitem os seus pés, para que não chamem à atenção sobre seus atrativos ocultos. Ó fiéis, voltai-vos todos, arrependidos, a Deus, a fim de que vos salveis!" ( 24ª Surata - AN NUR: 31)

Eu sou defensora do uso do hijab e ainda vou escrever muito aqui sobre isto.

O motivo principal é que está claro na citação do Alcorão acima que devemos nos cobrir, e usar o véu:

Esta semana eu estava lendo a comunidade MUÇULMANOS BRASILEIROS do orkut e encotrei um tópico muito bonito sobre o assunto, postado pelo irmão Ale. Pedi autorização para ele para reproduzir aqui no meu blog, e portanto aqui está:

"Uma pergunta frequentemente solicitada por muitas mulheres Muçulmanas! Veja a resposta clara e simples!
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Isto é uma boa pergunta e existe uma bela resposta! Allah ordenou-nos com cada acção que é boa para nós e proíbiu-nos de exercer qualquer acção que seja má para nós. Allah ordenou às mulheres Muçulmanas para usarem o hijaab quando elas saiem para fora da segurança de suas casas ou quando se encontram na presença de homens estranhos. Portanto, usar o hijaab é uma fonte de grandes bens para ti - a mulher Muçulmana - por muitas razões.
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Entre elas:
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1. Satisfazer Allah. Ela (a mulher Muçulmana) está a obedecer aos comandos do seu Senhor quando usa o hijaab e pode esperar grandes recompensas de volta.
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2. É a protecção de Allah da tua beleza natural. Tu és demasiada preciosa para “estar em exibição” para cada homem te ver.
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3. É a preservação de Allah para a tua castidade.
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4. Allah purifica o coração e a mente através do hijaab.
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5. Allah embeleza a tua atitude interior e exterior com o hijaab. Exteriormente o teu hijaab reflecte inocência, pureza, modéstia, timidez, serenidade, contentamento e obediência ao seu Senhor. Interiormente tu cultivas o mesmo.
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6. Allah define a tua feminilidade através do hijaab. Tu és uma mulher que respeita a tua condição de mulher. Allah quer que tu sejas respeitada por outros, e que respeites a ti própria.
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7. Allah aumenta a tua dignidade através do hijaab. Quando um homem estranho olha para ti, ele respeita-te por que ele vê que tu te respeitas a ti própria.
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8. Allah protege a tua honra 100% através do hijaab. Os homens não olham para ti de uma maneira sensual, nem te abordam de uma forma sensual, nem falam eles contigo de uma maneira sensual. Pelo contrário, um homem mantém-te em alta estima e apenas através de um olhar para ti!
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9. Allah dá-te nobreza através do hijaab. Tu és nobre e não degradada porque estás tapada e não nua.
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10. Allah demonstra a tua igualdade como uma mulher Muçulmana através do hijaab. O teu Senhor confere-te o valor igual ao do teu parceiro masculino, e dá-te uma série de belos direitos e liberdades. Tu exprimes a tua aceitação destes direitos exclusivos, usando o teu hijaab.
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11. Allah define o teu papel como mulher Muçulmana através do hijaab. Tu és alguém com tarefas importantes. Tu és uma reflexão de uma mulher de acção não de preguiça inútil. Tu demonstras o teu senso de direcção e propósito através de teu hijaab. Tu és alguém que as pessoas levam como séria.
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12. Allah expressa a tua independência através do teu hijaab. Tu estás afirmando claramente que és uma serva obediente do Maior Mestre. Tu não irás de obedecer a mais ninguém e não irás de seguir outro caminho. Tu não és escrava de algum homem, nem uma escrava de qualquer nação. Tu és livre e independente de todos os sistemas feitos pelo homem.
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13. Allah dá-te a liberdade de movimentação e expressão através do hijaab. Tu és capaz de te mover sobre (algo) e comunicar sem medo ou perseguição. O teu hijaab dá-te uma confiança única.
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14. Allah quer que os outros te tratem como - uma mulher Muçulmana - com bondade. E o hijaab traz o melhor tratamento das pessoas em tua direcção.
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15. Allah quer que a tua beleza seja preservada e guardada para apenas um homem desfrutar dela - o teu marido.
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16. Allah ajuda-te a desfrutar de um bom casamento através de usar o hijaab. Porque tu guardas a tua beleza apenas só para um homem sozinho, o amor do teu marido por ti aumenta, ele é mais cuidadoso, ele respeita-te mais e honra-te mais. Portanto o teu hijaab contribui para um bom casamento e uma relação duradoura.
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17. Allah traz paz e estabilidade na sociedade através do hijaab! Sim isto é verdade! Os homens não causam corrupção através de formarem relacionamentos ilegais porque você - a mulher Muçulmana - acalma as paixões deles. Quando um homem olha para ti, ele sente-se á vontade, e não tentado a fornicar…
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Portanto a mulher Muçulmana com hijaab é digna, não desonrada, nobre, não degradada, libertada, não subjugada, purificada, não sujada, independente, não uma escrava, protegida, não exposta, respeitada, não é fonte de risadas, confidente, não insegura, obediente, não pecadora, uma pérola guardada, e não uma prostituta…
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Cara irmã Muçulmana! Vem para as portas do Paraíso connosco! Compre os teus deveres para com Allah, veste o teu adorno - veste o teu hijaab, e corre para al-Jannah (o Paraíso) fazendo todas as boas acções. Deves concordar agora que usar o hijaab é extremamente benéfico - tem que ser - porque Allah só comanda o que é bom…
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…e acredita-me cara irmã, é bom obedecer aos comandos do teu Senhor…
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“Sua recompensa, junto de seu Senhor, são os Jardins do Éden, abaixo dos quais correm os rios; nesses serão eternos para todo o sempre. Allah se agradará deles, e eles se agradarão dEle. Isso para quem receia a seu Senhor.” [Surat al-Bayyinah 98:8]
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Fonte:
http://www.troid.org/
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Salam,"
 
E finalizando, eu só queria dizer que não nos é imposto por nenhum homem, seja pai, marido, ou irmão, ou por nenhuma sociedade, o uso do hijab.
 
E que eu e a grande maioria das muçulmanas temos orgulho de usar o véu, orgulho de sermos especiais, queremos respeito por nossa escolha, e o hijab nunca foi e nunca será símbolo de opressão, mas sim de respeito, recato, reserva, pois não somos pedaço de carne exposto para ser desfrutado por qualquer um, modéstia, e submissão a Deus.
 
Salam!

DICA - O Alcorão vendido pela Folha de São Paulo já está nas bancas

E eis que chega finalmente às bancas o Alcorão vendido pelo Jornal A Folha de São Paulo, o número 19 dentro da Série LIVROS QUE MUDARAM O MUNDO.

Eu já fui buscar o meu e ele está aqui do meu lado.

Recomendo, para todas as pessoas que querem de fato conhecer o Islam e para irmãos e irmãs que estão sem o Alcorão em casa, já que o Islam está crescendo tanto aqui no Brasil que estamos com falta de Alcorão nas Mesquitas e Associações.

Gostei da edição caprichada, com capa dura e papel especial amarelado. A "versão" ou "tradução" (na verdade é sempre o significado do Alcorão, já que o original mesmo é só o Alcorão em árabe) é de Samir El Hayek.

Bem, já ouvi comentários à respeito desta versão, algumas pessoas consideram que esta não é a melhor em português, mas também não está entre as piores, mas é sem dúvida a mais publicada aqui no Brasil.

Esta edição da Folha contém índice remissivo e um belo texto introdutório escrito pelo Samir El Hayek.

A Palavra de Allah não é para ser vendida, e neste sentido costuma-se conseguir o Alcorão em sua "versão" oficial gratuitamente nas Mesquitas e em vários sites e Associações Islâmicas, mas como eu disse estamos com falta de Alcorão no momento devido à grande procura e ao crescimento do Islam no Brasil.

Esta edição, vendida pela Folha, custa R$ 15,90, e segundo o rapaz da banca onde adquiri o meu, todos foram vendidos, restando apenas mais dois exemplares na banca dele.

No fim das contas existem vários pontos positivos nesta história toda. O primeiro ponto positivo é o reconhecimento da importância do Alcorão aqui no Brasil ao ser incluído nesta coleção de livros importantes para toda a humanidade, editada pela Folha de São Paulo.

Além disso, já que estamos mesmo com falta de Alcorão, este lançamento ajuda algumas pessoas que já são revertidas recentemente ao Islam e ainda se encontram sem o Livro em casa.

E a vendagem que parece estar sendo expressiva mostra também que o Islam chegou para ficar mesmo no Brasil.

Vá correndo pegar o seu =)

Salam!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O que é o Islam?

E você me pergunta o que é o Islam... existem muitas maneiras de se explicar o que é o Islam...

Eu vou explicar à minha maneira o que é o Islam para mim.

Se um dia eu ficar sem mesquita,

Se um dia eu ficar sem a minha querida Ummah,

Se um dia eu ficar sem ter para onde ir,

Se um dia eu ficar sem ninguém...

Sozinha no mundo, sem ter nem com quem conversar,

Mesmo assim, sem nada nem ninguém, mesmo assim eu serei para sempre uma muçulmana!

Porque em mim há a realidade de que existe apenas um Deus! Que toda a Existência só existe por meio Dele, e que Muhammad é seu último mensageiro.

E esta realidade ninguém, e nada, tira de mim!

E eu vou ser muçulmana, até o meu último dia de vida aqui na Terra, até o meu último momento, último segundo, último suspiro!

Assim é o Islam para mim!

Quanto às outras explicações, recomendo que leia, pesquise, e entenda...

Os simples desejos de consumo de uma muçulmana brasileira 01 - HALAL

Eu, sempre que tenho tempo, como agora enquanto estou de férias, gosto de navegar na net e pesquisar sobre assuntos que me interessam.

Ontem eu estava mergulhada em mais uma destas pesquisas quando topei com um blog que sinceramente me fez me morder de invejinha. Tratava-se de um blog de uma muçulmana dos EUA.

A primeira coisa que notei ao ler o blog foi que, de fato, o Islam está mesmo em crescimento acentuado por lá, e isto é ótimo. Pelo que sei os EUA é o país com o maior número de muçulmano nas Américas, algo em torno de 5 milhões, seguido pelo Brasil que já tem em torno de 1 milhão e meio de muçulmanos, e isto está provocando muitas mudanças naquele país.

Uma destas mudanças retratadas pelo blog é o fato de que, de uma hora para outra, alimentos Halal se tornaram um bom negócio nos EUA, tanto que a maioria das grandes marcas do setor alimentício já estão oferecendo linhas de produtos com certificado Halal, e pelo que percebi isto está se espalhando para todos os setores da produção de bens de consumo, de carne a refrigerantes, fast-foods, cosméticos, roupas, e outros inúmeros ítens. Mas o que me deu mesmo inveja foi ver a foto que eu publiquei aqui. Os supermercados e lojas estão abrindo sistematicamente setores de prateleiras dedicados exclusivamente a alimentos Halal! E estão fazendo isto porque estes produtos estão sendo cada vez mais procurados!

E nós aqui? =(

Nós aqui = NADA!

Será que já não está na hora das empresas do setor alimentício no Brasil reverem suas políticas? Já somos mais de 1 milhão e meio de muçulmanos, e o Islam está em franca expansão no Brasil, como consumidora eu afirmo tranquilamente, se no Brasil encontrássemos a oferta de alimentos halal, eu só compraria estes produtos, exclusivamente, e digo mais, acho que eu compraria mesmo se não fosse uma muçulmana, mas porque?

E afinal, o que é halal?

Vamos lá dar uma explicação compacta sobre o assunto.

Halal é o que é lícito, permitido. Neste contexto um alimento halal é aquele alimento que está de acordo com os conceitos islâmicos sobre alimentação, e estes conceitos versam sobre alguns assuntos bem interessantes e muito atuais: HIGIENE, E PRODUÇÃO NATURAL, portanto LIVRE DE CONTAMINANTES E SUBSTÂNCIAS QUE POSSAM FAZER MAL AO ORGANISMO E AO MEIO AMBIENTE.

O conceito Halal mostra como o Islam é de fato avançado, e afinado com a realidade em que vivemos, porque enquanto Din (modo de vida) ele traz conceitos que são de fato de vanguarda!

Neste sentido o alimento halal é controlado desde a sua origem para conseguir ter o certificado Halal.

Agora vamos falar sobre carne halal, quais são as suas condições para ser certificada?

Para receber o certificado halal, a carne deve comprovadamente vir de um animal cuja criação se deu em seu ambiente natural. Este animal deve ter sido criado também com alimentação correta sem adição de hormônios para provocar o crescimento e sem adição de nenhuma substância que o contamine e agrida o organismo humano em seu consumo.

O animal deve ter sido tratado de forma correta, estar bem alimentado, bem nutrido de água, e não deve sentir dor na hora do abate. O abate deve ser voltado para Makka, em ambiente extremamente higiênico, com faca exclusiva para este abate.

O abate deve ser realizado por funcionário muçulmano habilitado para o serviço.

Existe o corte apropriado para o abate halal, um corte que "desliga" automaticamente o animal, e um jeito certo de se fazer este corte, onde a lâmina da faca não é retirada após o rompimento da carne, a fim de minimizar ao máximo o sofrimento do animal.

Em seguida, ele deve ser inteiramente drenado de seu sangue, já que o sangue está entre o ilícito para consumo vetado por Allah em suas palavras no Alcorão.

O resultado é uma carne de sabor e saúde realmente diferenciados, de abate limpo e higiênico e que provoca o menor sofrimento possível no animal a ser abatido.

Então mesmo que eu não fosse muçulmana eu consumiria alimento halal, porque é garantia de qualidade e higiene, e todo o processo de produção é fiscalizado pela entidade islâmica que fornece o certificado, sendo rigorosa a fiscalização.

A algumas semanas atrás eu ganhei de presente do marido de uma grande amiga minha um frango halal, produzido no Brasil. Ele fez sucesso aqui em casa, nossa que sabor, e maciez, uma coisa realmente diferente, e eu fiquei feliz porque estava consumindo um produto totalmente de acordo com os conceitos da minha religião, o Islam.

O pior de tudo é que o Brasil produz sim alimentos halal, e para falar a verdade em grande escala! Verdadeiras mega-estruturas foram montadas dentro das fábricas do setor alimentício para o processamento e produção de alimentos halal e o setor está empregando muçulmanos habilitados para estes setores!

Mas infelizmente toda a produção é exportada para os países do Oriente Médio, não fica nada aqui!

Acho que já está mais do que na hora do Brasil também oferecer a seus consumidores a opção de alimentos halal, e não pensem que o não oferecimento deste tipo de produto faz com que as pessoas consumam a carne mesmo assim, sem ser halal.

A verdade é que, por conta desta triste realidade no Brasil, muitos muçulmanos acabam optando por não consumir carne, preferindo alimentos vegetarianos ou então como fazemos aqui em casa. Aqui não entra carne vermelha de forma alguma, só peixe!

E de vez em quando frango, mas procuramos ao menos dar preferência às marcas que produzem frango halal para exportação. Mas carne vermelha, seja de boi ou cordeiro, nem pensar!

Então este é um dos meus desejos de consumo atual, um sonho: chegar ao supermercado onde faço compras, e encontrar um setor de alimentos halal! =)

Salam!

Esta é a minha Jihad!


Existem diversas formas de Jihad, desde a Jihad al-nafs, pessoal, de você para você mesma, que é feita quando eu luto para aprender os ensinamentos e fundamentos do Islam, quanto eu luto para me comportar e atuar no mundo segundo o que aprendo com os ensinamentos e fundamentos, e para divulgar e chamar outras pessoas para o Islam, até a Jihad física, onde se combate a hipocrisia, a opressão e a descrença. Aliás sobre isto posso citar um ótimo artigo no site do Centro Islâmico Brasileiro (http://www.centroislamico.com.br/articles.php?article_id=193&rowstart=0).

Entre os diversos tipo de Jihad, fazer a Dawah, a divulgação do Islam, é também uma forma de Jihad.

Pois bem, esta é a minha Jihad!

Eu sempre disse que não é este blog que é islâmico, e sim a Dona dele que é muçulmana, agora estou oficialmente mudando isto.

A partir de agora eu determino este blog como um blog islâmico de fato, como já tem sido desde o início, mas agora o encaro desta maneira, como um blog dedicado à Dawah, à divulgação, e também defesa, do Islam!

Além da minha Jihad al-nafs, agora a Dawah através do meu blog, passa também a ser a minha Jihad!

Quando há um verdadeiro Amor...


Que eu não seja má interpretada em minhas palavras, mas hoje eu estava conversando com uma amiga, ela não é muçulmana, e ela me disse que ficava impressionada com a nossa entrega profunda à nossa religião.

Ela disse para mim que conhece "meio católico" "meio evangélico" "meio espírita" mas nunca conheceu um "meio muçulmano", que muçulmanos sempre são inteiros muçulmanos, isto segundo as palavras dela, e eu sou a primeira a concordar!

Mas porque isto?

Eu sei responder segundo o que sinto, mas não saberia responder a razão de sentir isto. Alías isto é uma coisa muito comum em mim, saber sentir, mas não saber explicar...

Na segunda-feira da semana que vem completo 3 meses de reversão. Ah sim sim, sou "novinha" não? Há exatos três meses atrás eu olhei pela janela do meu quarto, que tem uma linda vista, por coincidência voltada para a direção de Makka, durante a tarde, uma tarde de sol, e com muita certeza em meu coração pronunciei 3 vezes a minha Shahada:

"La ilaha ila Allah Muhammad rasulu lah


لا إله إلا الله محمد رسول الله


Testemunho que não há divindade além de Allah e Muhammad é seu mensageiro."



A partir daquele momento, eu sabia que minha vida nunca mais seria a mesma, na verdade era uma nova vida que ali começava, como de fato tem sido...

De lá para cá, minha paixão pelo Islam só aumenta! A cada dia me torno mais apaixonada pela minha religião, quanto mais estudo, e nós muçulmanos estudamos muito mesmo, quanto mais aprendo, quanto mais me aprofundo em meu conhecimento, mais amor eu tenho, mais fé eu tenho, mais orgulho eu sinto.

Não sou só eu que sou assim. Acho que este amor, esta paixão pelo Din é algo que todos os muçulmanos têm em comum, porque nossa religião é de fato verdadeira, e linda, apaixonante.

O Islam é a fé inteligente, onde sempre há um conceito, sempre há uma explicação, e você nunca fica sem respostas.

O Islam não veio para complicar, ele foi instituído por Allah para simplificar, e não para complicar, é uma fé simples, uma relação direta com Deus, um modo de vida completo, perfeito!

Meu contato com o Islam começou a muito tempo, desde a minha infância. Pequena ainda eu sempre ouvia meu pai dizer o quanto respeitava a cultura árabe, as grandes invenções e descobertas da época de ouro do Islam, seu asseio e sua culinária. Por esta razão eu desenvolvi uma admiração e ligação por tudo que tinha a ver com o Islam desde o começo da minha vida.

Da janela do carro do meu pai eu sempre via a Mesquita do Cambuci, pois ao menos uma vez por mês passávamos em frente à ela. Seus minaretes brancos me impressionavam, e na minha imaginação da infância eu imaginava que eram foguetes que um dia iriam para o espaço, eu não tinha muita consciência de que era uma mesquita, mas sabia sim que era de alguma forma um prédio que tinha algo a ver com a cultura árabe, por seu formato.

Eu vi também da mesma janela a Mesquita do Brás ser construída. Até hoje me lembro da primeira vez que vi tão singular construção. Parecia uma caixa de tijolo à princípio, sem janelas! Aquilo me intrigava, eu via na minha frente algo que pelo tamanho parecia um prédio, mas não existiam em sua parede lateral janelas.

Cheguei a pensar que depois eles abririam as tais janelas dos possíveis apartamentos ou conjuntos comerciais posteriormente, como se fosse um novo método de construção mas à medida que a tal obra avançava, mais estranha ela me parecia, até que um dia eu vi o arco da entrada principal concluído, aí sim a ficha caiu e eu entendi do que se tratava a intrigante construção.

À medida que o tempo ia passando e eu ia crescendo, desenvolvi uma admiração muito forte pela arte islâmica em geral. E esta estética passou a fazer parte de mim, eu sempre pensava comigo "um dia vou aprender a ler esta escrita que tão linda me parece, um dia vou falar árabe..." mas Allah sabe mais, eu não estava pronta ainda, os anos se passaram, veio sobre mim uma noite escura e traiçoeira, um nevoeiro que me engoliu de forma fúnebre, e eu me encontrei então perdida no Deserto dos Ventos esquecidos, em total desolação. Apesar de tudo não me perdi, mas sei que sozinha certamente teria me perdido para sempre de mim mesma, Allah sabe mais! Somente por benção Dele eu consegui achar a trilha que me levou para fora das areias da desolação, e um dia então eu resolvi cumprir o que eu havia desejado quando nova, finalmente aprender a falar árabe.

E foi assim que um dia em me vi lendo o Alcorão, porque eu estava aprendendo a falar árabe (e ainda estou...). E o Alcorão de fato mudou novamente toda a minha vida! Me fez ficar encantada de fato pela religião, me levou a um estudo apaixonado do Islam, eu queria entender! Eu precisava entender o que era aquilo que estava me arrebatando desta maneira, eu já sabia algumas coisas mas precisava entender o que estava acontecendo comigo!

E foi assim, por puro amor, amor que veio crescendo, e não parou mais. Procedi à minha Shahada, me tornei muçulmana, e este amor ainda cresce, a cada dia cresce mais...

Hoje, eu sou animada por esta paixão! Falo sobre o Islam com emoção, e sou uma leoa na defesa do Islam.

É este amor verdadeiro que me leva a emocionar as pessoas que conversam comigo, as que já me conheciam e as que estão me conhecendo hoje.

É este mesmo amor que me faz estudar cada vez mais, ler, e praticar o Islam da maneira mais pura e original segundo o que nos foi ensinado pelo Profeta Muhammad (que a paz e as bençãos de Allah estejam sobre ele).

É este mesmo amor que me transforma em leoa para defender a minha religião.

Então esta é a explicação do que sinto, um verdadeiro amor!