sábado, 1 de janeiro de 2011

Livro: A Mulher no Islam - Mitos e Realidade

Eu acabo de ler o livro A MULHER NO ISLAM - MITOS E REALIDADE, e fiquei muito impressionada com ele. Recomendo certamente a sua leitura, para muçulmanos e para não muçulmanos.

Não há nele muita informação à respeito da editora, o autor é SHARIF ABDUL AZIM, canadense, e o livro recebe o apoio cultural do CDIAL - Centro de Divulgação do Islam para a América Latina (http://www.islambr.org.br/). Foi adaptado e revisado em 1429 A.H. (2008).

É um livro pequeno, tem ao todo 65 páginas e trata-se de um estudo comparativo das condições e direitos da mulher entre o que estabelecem o Judaísmo, o Cristianismo e o Islam.

Eu confesso que não esperava tanto dele. Não porque o assunto não me interessa, afinal eu sou uma mulher e sou muçulmana, mas sim porque na verdade eu já havia lido e estudado sobre os direitos que o Islam nos trouxe muito antes de termos estes direitos garantidos no Ocidente, como já escrevi aqui no meu blog em outro post.

Mas, depois de uma comparação muito bem fundamentada em textos verídicos das três religiões, ao chegar no Epílogo do livro eu fui surpreendida por um texto coeso, curto e direto do autor que me fez refletir e muito!

Porque só lendo o Epílogo do livro é que dá para formar de vez a idéia central do autor quando desenvolveu este estudo. E eu acho que ele foi fundamental agora para que eu aumentasse o meu conhecimento o suficiente para já começar a formar uma opinião sólida e crítica à respeito da realidade do Islam hoje no mundo.

Porque crítica? Isto quer dizer que eu vou criticar?

Não. De forma alguma! É que eu tenho uma característica, eu tenho opinião própria, senso crítico apurado, e sempre anseio por construir o conhecimento e por ter uma visão consciente do que me interessa e me move.

E se tem uma coisa que eu gosto muito, é de aprender, estudar, e ler, e de livros!

E agora eu começo a enxergar um aspecto sobre o qual eu já ouvi falar algumas vezes: ao longo das eras, ao longo dos séculos, ao longo dos anos passados, as sociedades islâmicas de fato acabaram por se distanciar do Islam!

E é interessante ver o autor lembrar a todos que o Alcorão criticou severamente os árabes pagãos da era pré-islâmica por seguirem cegamente a tradição dos seus ancestrais, sugerindo que está na hora de uma nova ruptura com tudo o que apareceu de inovação, deturpação, e tradição que se distancia do Islam que é acreditado, porém não é praticado.

E isto só no final do livro, no Epílogo que me deixou realmente encantada.

E eu começo a entender este distanciamento entre crença e prática, e ao menos sobre este aspecto eu já posso dizer que concordo integralmente com o que o autor escreveu.

Está mais do que provado que estamos vivendo uma era de renascimento islâmico, já que o Islam está crescendo no mundo todo de uma maneira realmente impressionante, inclusive aqui no Brasil.

Mas eu acho que de nada adiantará se este crescimento for apenas quantitativo, e não for também qualitativo. Então aí sim teremos muçulmanos como a espuma na praia, que faz grande volume e logo se desintegra, que parece muita coisa mas não há na verdade nada ali.

E agora eu consigo entender uma impressão que tenho desde que comecei a estudar sobre o Islam: eu sou apaixonada pelo Islam, empolgada, defendo como uma leoa a minha religião, a memória do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele) e a mensagem de Allah expressa no Alcorão, e eu vejo isto em muitas irmãs revertidas ao Islam como eu, por vontade própria, porque escolheram assim.

Isto se deve ao fato de que nos apaixonamos pelo Islam puro, verdadeiro, original como o Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele) ensinou e praticava, e por incrível que pareça é este o Islam que praticamos!

Praticamos este Islam porque sem perceber não fomos contaminadas! Bebemos diretamente da fonte (Alcorão e Sunnah) e esta água cristalina e pura que emana de tão nobres fontes não atravessou campos poluídos por tradições desviantes de seu caminho e convenções sociais escuras de fuligem e sujas de pó e ranço. Assim também é com os irmãos que eu estou conhecendo. Em resumo nós muçulmanos revertidos estamos em sua grande maioria praticando o Islam de forma pura, original, mas infelizmente em outros lugares e regiões este mesmo Islam está sendo renegado, deixado de lado, esquecido entre costumes viciados que são exatamente o ilícito descrito pelo Alcorão, e pelos ditos do Profeta (SAAS).

Espero sinceramente que todo este renascimento seja de fato um renascimento e uma RENOVAÇÃO no sentido de RESGATE do Islam verdadeiro inshallah.

Se isto não acontecer, temo pelo futuro, temo por descobrir que seremos de fato, como espumas na praia...

5 comentários:

Rosa Pugno disse...

Amei seu texto... Ainda não li esse livro mas estou vou ler. Não sou revertida ainda, mas espero dar meu testemunho em breve, inshAllah! Estou favoritando seu blog, querida! Gostei quando disse que os revertidos, talvez pratiquem o islamismo puro porque é o que eu pretendo fazer... Estou estudando bastante e amando cada dia mais essa religião, essa tradição, esse código de vida. Salam!

Gisele Marie Rocha disse...

Rosa Pugno,

Que a paz de Deus esteja com você.

Seja bem vinda, fico feliz por ter gostado do meu texto e do meu cantinho. =)

Este é um livro do tipo daqueles que você olha para o seu tamanho e não se impressiona, porque ele não é grande, e então o lê e ele marca a sua vida para sempre...

Espero que você o leia, ele é de fato esclarecedor e excelente.

Espero ter a felicidade de ganhar uma nova irmã no Islam em você, que Allah te abençoe sempre, e te encaminhe de verdade à senda reta!

Salam! =)

Rosa Pugno disse...

Olá Gisele... Obrigada por ter me respondido, aliás, estou com umas dúvidas e gostaria de saber se você pode me ajudar.
Meu habibi, com quem eu converso há 07 meses, é egípcio e mora no Kuwait. Eu o conheci pela internet e queremos nos casar. Ele virá para o Brasil para termos nossa vida aqui, mas ele está com problemas para conseguir o visto, embora eu já tenha lhe mandado a carta-convite. Enfim, eu gostaria de saber se você sabe me dizer se é verdade que existe casamento no Islã à distância, ou seja, ele lá e eu aqui e se isso o ajudaria a conseguir o visto para vir para o Brasil. Tem mais um problema que eu gostaria de saber se pode me ajudar. Ele é casado no Egito e está separado há alguns anos, mas não é divorciado. Isso seria um problema para nos casarmos civilmente aqui no Brasil?
Agradeço desde já se puder me ajudar e se não tiver as respostas, agradeço também da mesma forma. Em breve você terá em mim uma nova irmã no islamismo... Eu só estou esperando ele chegar, porque ele disse que quer participar comigo neste passo tão importante na minha vida... Não é lindo?! :) Beijos flor!
Salam!!

Gisele Marie Rocha disse...

Rosa Pugno

Que a paz de Deus esteja com você.

Sobre casamento à distância, bem eu acho que isto é possível sim e é feito mediante procuração, só que o fato dele ser casado no Egito, mesmo estando separado, mas sem divórcio legal, se eu não me engano vai impedir o casamento civil de vocês aqui no Brasil, e ele tem de trazer um documento que comprova a situação civil dele, então seria melhor ele providenciar o divórcio o mais breve possível.

Fico feliz porque ele quer participar deste momento tão lindo que é a Shahada, que Allah facilite os passos de vocês e abençoe sempre a sua vida tá bom? =)

Salam!

Rosa Pugno disse...

Obrigada querida, pela atenção e pelo esclarecimento. Que a paz e as bênçãos de Allah esteja sempre com você! :)