sexta-feira, 13 de maio de 2011

Vruuuummmmm...


Não me perguntem sobre o veículo retratado acima, pouco sei dele, mas parece que é uma atração turística de corrida, não sei se fará parte de algum circuito ou fica fixa em algum lugar, só sei que é um carro de corridas de verdade, mas construído para levar muitos passageiros. Um verdadeiro ônibus de corrida rs... quem sabe não seria a solução ideal para São Paulo? Ah acho que não porque mesmo que o ônibus fosse de corrida, aqui ele não teria para onde correr, ou melhor, fugir... já que a cidade está entupida e as ruas são nada mais do que estacionamentos a céu aberto.

Eu gosto de carros. Quem me conhece sabe disto. E além de gostar de carros, eu tenho uma paixão automobilística que sinceramente não sei explicar totalmente, mas a minha paixão é esta aqui ó:

Este sim é um carro pelo qual sou apaixonada. Eu gosto de clássicos, de Lambos, de esportivos e de muitos carros, mas nada no meu coração se equivale a um PUMA, especialmente um “tubarão” GT ou GTE do início dos anos 70.

Para quem não sabe, o Puma é um carro que nasceu nas pistas de corrida, para depois ganhar as ruas, mas o projeto todo é de um carro voltado para a competição. Sua mecânica baseada no Volkswagem a ar era retrabalhada na fábrica e muitos exemplares saíram da mesma com muita potência extra no motor.

Subhanallah esta semana passou “voando baixo” como muitos carros de corrida. Foi uma semana intensa, cheia de fatos e histórias para se contar.

Para começar quero contar que eu e a Lateefah, minha amiga e irmã querida, fomos a uma lotérica na sexta-feira (O que????? Muçulmanas na lotérica???? É HARAM!!!! rs....) para que eu colocasse crédito no meu “Bilhete Único”, o cartão para transporte público aqui de São Paulo, e pela primeira vez fui desrespeitada e tratada com preconceito por ser muçulmana. E para completar, quando eu reclamei do funcionário em questão para o outro funcionário, que estava me atendendo, este em solidariedade ao colega de trabalho me lesou, colocando crédio normal, e não de estudante, no meu cartão.

Pois bem, eu entrei com uma reclamação formal junto à Caixa Econômica Federal contra a lotérica e denunciei o preconceito religioso, constrangimento ilegal e o prejuízo financeiro do qual fui vítima. O resultado é que o funcionário que me atendeu foi demitido, o outro foi seriamente advertido e a lotérica me ressarciu do prejuízo e ainda acrescentou mais créditos ao meu cartão. Eu fui atrás do meu direito, e obtive resultado.

Mas um fato muito interessante para se contar aqui é que, no fim de semana, eu recebi um aviso de convocação para um estágio na Prefeitura de São Paulo. Para quem não se lembra ou não sabe, eu sou estudante de psicologia.

Eu fiquei muito interessada no estágio e decidi ir na segunda feira no endereço mencionado nesta convocação para ver no que ia dar.

Fui como interessada na vaga, mas fui também como “repórter” rs... se é que eu posso me denominar assim, afinal eu queria ver a reação das pessoas do órgão responsável pela indicação de estágios ao ver que eu sou uma muçulmana munakaba, ou seja, que usa chador e niqab.

O endereço para o qual eu deveria me dirigir ficava no bairro do Itaim, em São Paulo, e não era para disputar pela vaga, eu fui convocada já para a vaga, eu sou inscrita em uma instituição que faz um tipo de “ponte” de comunicação entre estudantes universitário e empresas para o preenchimento de vagas de estágio, e por conta disto eu havia sido selecionada para esta vaga.

E o resultado foi muito satisfatório!! Eu só não fiquei com a vaga porque houve um erro no cadastro deles, na verdade lá constava que eu estaria no 4º ano da faculdade e a vaga era para estudantes de 4º e 5º ano, e isto é plenamente verdade e não desculpas porque a funcionária, muito simpática por sinal, que me atendeu foi logo preenchendo o contrato de trabalho no computador e eu tive de avisar a ela que ainda não estava no 4º ano. Mas além deste detalhe, tudo bem a vaga era minha! E era uma vaga realmente muito interessante, dentro da SPTRANS, a empresa de transporte público de São Paulo.

Como ela não fez nenhum comentário sobre a minha roupa, eu ainda perguntei para ela “Só uma coisa, como você pode ver eu uso véu de rosto e me cubro inteira, sou uma muçulmana que se cobre por inteira e não tiro esta roupa, por motivos religiosos, terei problemas com isto para trabalhar?”.

E ela me informou que não, não haveria problema algum, e eu poderia sim trabalhar com as minha roupinhas =).

E me disse mais, que dificilmente eu terei dificuldades por conta da minha roupa com as vagas de estágio, bom né? Eu fiquei muito feliz com isto.

Sabe muitas pessoas me perguntam se eu não tenho problemas em ser uma munakaba no Brasil. Eu respondo que tá, talvez não seja algo para qualquer pessoa.

Se eu estivesse em uma cidade do Oriente Médio ou de um país com maioria da população composta por muçulmanos, ninguém ficaria olhando muito para mim, mas mesma assim se cobrir funciona porque podem olhar, mas respeitam! Não ouço mais cantadas baixas, não sou alvo de tentativas de aproximação forçada, e por mais que a pessoa nada saiba, pelo menos sabe que estou vestida assim porque sou uma mulher religiosa, então sempre há o respeito.

Eu acho que o meu grande trunfo mesmo é que eu converso com as pessoas sabe? Eu me sinto muito bem e à vontade estando de niqab e chador, então eu converso normalmente com as pessoas no metrô, no onibus, na faculdade, na rua, em qualquer lugar, estou sempre felizinha e tranquila e sempre vivencio cada momento com alegria em meu coração, afinal eu sou uma muçulmana, sou uma serva de Allah, Louvado seja para sempre, e sou feliz pela vida que Ele me proporciona.

E acho que este é o diferencial que me faz sempre ser bem recebida e tratada com simpatia.

Peço a Allah que Ele sempre me conserve assim.

Salam!

Nenhum comentário: