sábado, 24 de dezembro de 2011

Aracno



Fio após fio, ponto sobre ponto, uma trama fina é traçada sobre a luz
passos de uma dança, renda de dormir, armadilha linda, arma em ponto-cruz

Uma bailarina envolta em escuridão, solta dança louca e sutilmente cria um véu
No canto da janela, em silêncio está, pendurada no espaço, livre em pleno céu

Penso na aranha balançando em sua teia, que teimosamente ainda insiste em me chamar
Lá fora há tanta luz, e tanto sol para brilhar! Mas ainda existe um canto escuro, silêncio,
A murmurar...


Abro as minhas asas, limpo as minhas pétalas,
Há neste tempo uma névoa que dança, e ri de mim!

Suas garras finas arranham toda a minha pele
Implorando por minha presença em seu jardim



Observo a bailarina dançando em pleno ar, passo após passo em macabro bailado
Desafiadora ela também olha pra mim, estende suas presas e me mostra um traçado

Morna quase fria eu penso, porque não? Presa em sua teia eu me torno refeição
Sob a luz difusa de uma branca tentação, vozes são vultos que vagam na perigosa e lenta
Sedução...



Há um doce veneno escorrendo em meu véu
O negro das pétalas da rosa a revelar

A bailarina arma a sua teia sob o céu
A luz da Lua insiste em me banhar

Eu abro minhas negras asas na escuridão
Eu penso em rosas negras e isto me faz tremer

A bailarina me encara e sussurra uma canção
Ela goteja o seu veneno e me convida para beber...

2 comentários:

Denise Bomfim disse...

Salam, Gisele!

Nossa! Você anda inspirada mesmo.
Esse poema lembra-me a literatura gótica do Romantismo.

Muito interessante! Rica em detalhes...

Você já espiou as minhas fotos?
Um domingo abençoado.

Andreza Gomes disse...

Salam Gisele, qta inspiração!! Lindo post, parabéns!!

bjiimm e ótima semana

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