domingo, 4 de novembro de 2012

A Eterna Luz de Uma Alvorada

Bismillah...


Dia 9 de dezembro, daqui a mais ou menos 1 mês, portanto, o blog Filha da Alvorada vai fazer 2 anos de existência, Alhamdulillah.

Isto quer dizer que eu estou completando 2 anos de Shahada, na verdade já completei, porque eu fiz a minha Shahada no dia 17 de outubro de 2010, 2 anos de Islam, 2 anos...

Um lindo caminho, que começou em uma linda tarde de sol calmo sobre São Paulo, quando eu abri a janela do meu quarto e emocionada proferi a minha Shahada, e então chorei muito emocionada, eu me lembro como se fosse ontem, me lembro daqueles dias, de todos aqueles sabores e de todas aquelas cores, como se fosse ontem, como se fosse ontem.

Allah fez uma grandiosa transformação em minha vida, e eu que estava acostumada a me sentir em casa na sombra, na escuridão, na penumbra, que habitava a penumbra feito menina ferida sangrando e sentindo o toque da mão de fogo sobre mim, um dia parei no penhasco, e observei encantada os primeiros raios de sol de uma linda manhã que eu não conhecia, eles vieram e rasgaram o véu da escuridão em mim, e nunca mais, nunca mais, pararam de brilhar!

Em me lembro da força daquele momento na minha vida, quando eu estava cansada de ser uma filha da noite e um dia desejei conhecer a alvorada que havia depois de toda aquela escuridão, Ya Allah o que houve??? Como isto foi acontecer??? Eu não sei!! Eu não sei como isto foi acontecer!!! Eu só sei que foi isto que aconteceu comigo, é só isto que eu sei, e o porque disto, somente Allah sabe, e somente em Allah eu confio e adoro, somente Allah, só por Allah...

Quem me conhece bem sabe que meus caminhos até aquele dia não foram revestidos de seda e chão macio, eu havia chegado até aquele ponto da minha vida inteira sim, guerreira lutando por mim, mas somente pela graça de Allah estava viva, porque naquele momento eu estava extremamente ferida e já havia vertido todo o meu sangue pelo caminho, mas como guerreira forjada em flagelo eu tinha comigo a disposição de morrer lutando, e nunca desistir da batalha.

Um dia, perdida em meio à escuridão, e cansada de arranhar as paredes do túmulo que foi meu berço, eu tola e sem conhecimento ousei apontar o meu dedo para o alto e gritar de ódio afirmando que o brinquedo estava quebrado e a culpa era de Allah!! Sim sim, isto aconteceu de fato!

Mas eu era apenas uma morta-viva, e tão pequena em sabedoria como sou hoje, porém sem a Luz que hoje em dia ilumina tudo ao meu redor, um dia isto aconteceu, eu estava então no fundo da morte, no pior do meu momento, no mais profundo e escuro canto da minha cova...

Mas Allahu Ahlam!! E por mais incoerente que isto possa parecer, eu não sabia, mas era exatamente naquele canto escuro e desolado que já estava renascendo por vontade de Allah! E eu não sabia, eu não poderia saber, estava tão ferida que se soubesse talvez não resistisse viva a este conhecimento, até ali naquele momento de extremo ódio e desesperança, fui tratada com carinho cuidado delicadeza e atenção, um amor que por mais que eu corresponda nunca será tão grandioso como este amor é.

Sim sim, isto tudo que estou escrevendo aconteceu de fato, não estou romanceando nada, e por conta de todos estes elementos, eu digo que tudo foi muito forte, profundo, físico, real, naqueles dias, e tudo isto que foi tão forte e indescritível me levou à minha Shahada.

Eu tinha outro blog naquele tempo, um blog extremamente dark, escuro, expressão da escuridão que me envolvia, não digo escuridão no sentido propriamente negativo, é como um mar escuro onde eu menina ferida e arredia me escondia na vã esperança de obter algo que eu nunca tive: proteção... mas é ambiente propício para as verdadeiras sombras do mal se aproximarem e sim eu estava andando em meio ao fogo e pisando em cacos de vidro.

De repente, gotas de luz começaram a respingar naquele blog.

Um ano antes eu havia perdido o meu pai.

Um dia eu estava navegando pela internet e encontrei um site que ensinava a falar árabe, e isto me levou a encontrar o fio partido da minha infância, porque eu sempre tive o Islam e a cultura árabe perto de mim, desde pequena. Na verdade eu conheci o Islam por meio do meu pai, que não era muçulmano, mas admirava os conceitos islâmicos.

Eu decidi estudar árabe, e isto me levou um dia a ler o Alcorão, e então tudo mudou para sempre na minha vida.

Hoje eu me sinto emocionada porque já fazem 2 anos que eu proferi a minha Shahada, é pouco tempo eu sei, mas para mim até hoje tem sido um lindo caminho em uma nova estrada dourada, de Luz, a Eterna Luz de uma Alvorada, e esta Alvorada, na minha vida, foi a minha Shahada...

Alhamdulillah!!!

Alhamdulillah!!!......

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Irmandade


Bismillah...

Hoje passei por uma experiência que me emocionou muito e me fez refletir, pensar, sonhar e escrever aqui...

E não pensem vocês que foi algo impressionante a ponto de todos verem, ou algo marcante a ponto de comover a todos que estavam ao redor do fato, não pensem que foi algo barulhento, gigantesco, traumatizante, não...

Foi simples, singelo, pequeno, sabem? E muito sutil, mas por isso mesmo importante, marcante, imenso, exemplar!

Foi algo que ninguém viu, algo que aconteceu apenas comigo e com uma de minhas filhas, e que me fez pensar muito sobre o que é de verdade praticar aquilo que se acredita, e afirma.

Eu não encontrei imagem melhor para ilustrar este post do que esta foto que segue aí em cima, uma linda foto de um lindo momento que já passou em minha vida, tantas irmãs queridas, eu mesma no meio de todas estas irmãs aqui neste momento do tempo congelado e preservado em uma singela foto de um instante gravado nas páginas da história da minha querida mesquita, porque vou falar de irmandade...

Sabe você já sentiu que estava no meio de uma turma que era de fato... a sua turma? A sua família? A sua verdadeira irmandade?

Porque nós no Islam nos chamamos de "irmãos" e de "irmãs"? É apenas um título, uma forma de tratamento, um código de mútuo reconhecimento? Ou é de fato uma irmandade verdadeira? O que deveria ser? O primeiro, ou o segundo caso?

Hoje eu vivenciei um episódio singelo de pura irmandade verdadeira. E Alhamdulillah, uma de minhas filhas estava comigo, porque desta forma eu pude mostrar para ela o real e profundo sentido de irmandade dentro do Islam.

Eu estava caminhando pelas ruas do meu bairro com esta minha filha, e de repente, sem aviso e sem motivo, do nada um carro parou no meio de um trecho de  grande fluxo de uma rua, e buzinou para nós duas.

Eu me aproximei do veículo que estava com o vidro abaixado e visualizei lá dentro, ao volante, uma muçulmana de hijab que linda e sorridente me cumprimentou.

Eu respondi ao cumprimento, e ela muito simpática me perguntou: "Irmã, para onde você está indo?" e me ofereceu uma carona.

Eu agradeci e respondi "não se preocupe irmã, estou indo para a estação de metrô que fica aqui pertinho..."

Então nos despedimos do modo como o Profeta Muhammad (S.A.S.) nos ensinou, e cada uma de nós seguiu o seu caminho. E isto me fez sorrir, me fez sentir orgulho por ser irmã desta minha querida irmã, e me fez vivenciar o que é o verdadeiro sentido de irmandade dentro do Islam... ao menos, o que deve ser...

Porque não devemos apenas nos chamar de irmãs, e de irmãos, da boca para fora, porque somos verdadeiramente irmãs e irmãos, e como tal devemos agir!

Eu pude explicar para a minha filha: "Filha, esta é de fato uma verdadeira muçulmana, porque isto sim é que é ser de fato irmã no Islam. Esta, filha, é a verdadeira atitude islâmica que Allah determinou, e que o Profeta (SAS) nos ensinou.

Um simples gesto, mas que tem o poder de mudar toda uma história, toda uma vida, um dia inteiro, como mudou o meu dia, tá bom?

Peçamos a Allah que cada vez mais nossos irmãos e irmãs no Islam possam ter atitudes como esta, de fato vivenciar a irmandade verdadeira no Islam.


Salam... =)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Eid Al-Fitr anunciado para o domingo...


Acaba de ser anunciado pela Arábia Saudita que o EID AL-FITR será no domingo, dia 19 de agosto de 2012.

O Eid marca o fim do mês sagrado do Ramadan, e é o dia mais importante do calendário islâmico, um dia de orações e festas, quando nós muçulmanos no mundo todo comemoramos o fim do jejum do Ramadan.

Como é determinado quando o Eid acontece? Pela observação da lua no céu. Quando há a mudança da lua, termina o mês, assim como é no início do Ramadan.

Os observadores anunciam quando a lua é vista...

Todos são convidados para participar das festividades do Eid, muçulmanos e não muçulmanos, e é uma data para nós que em termos de importância, E NÃO DE SIGNIFICADO, tem o peso semelhante ao Natal para os cristãos.

Encerro assim um mês abençoado sim para mim, mas o Ramadan este ano foi de fato extremamente complicado, em especial porque eu tive alguns probleminhas de saúde e por conta do tratamento e medicação, tive de interromper o jejum do Ramadan.

Por causa disto, vou ter de repor vários dias de jejum, mas mesmo assim foi um aprendizado e um mês de intensas reflexões e muitas orações, e agradeço a Allah por ter vivenciado mais um Ramadan.

O Eid começa de manhã bem cedinho com o sermão e com a oração comunitária. Em seguida temos as festividades e banquetes, em geral as crianças ganham presentes neste dia, vestimos as nossas roupinhas mais novas e mais lindas, é um feriado festivo em países cuja maioria da população é de muçulmanos, mas em todas as mesquitas do mundo há comemorações e festas, inclusive aqui no Brasil, Alhamdulillah!

Eid Mubarak para todos os meus irmãos e irmãs no Islam ao redor do mundo!!

Que Allah nos abençoe sempre, e que possamos de fato vivenciar a irmandade verdadeira que existe entre nós!

Salam =)

terça-feira, 31 de julho de 2012

O Verdadeiro Jejum no Mês de Ramadan

Todo mundo sabe que eu procuro sempre escolher com muito carinho e critério as imagens que ilustram este meu cantinho.

Desta vez eu não tive paciência de escolher muito porque eu queria aproveitar para escrever sobre algo importante para este mês e não queria correr o risco de ver a idéia do post "fugir" de mim como acontece algumas vezes.

Então, sem demora vamos lá:

Queridos irmãos e irmãs no Islam, estamos entrando no segundo terço do Mês Sagrado do Ramadan, Alhamdulillah!

Que Allah, Subhana wa Taala, aceite as nossas orações e o nosso jejum.

Mas afinal de contas, e aqui eu falo para muçulmanos e não muçulmanos, qual é o verdadeiro jejum no Ramadan? Qual é o seu verdadeiro significado?

Jejuar quer dizer penitência? E afinal, jejuar quer mesmo dizer apenas privar-se do alimento e da água???

Somos seres humanos e falhamos sim porque só Allah é infalível. Isto não quer dizer que somos "defeituosos". Não, de forma alguma, somos perfeitos sim enquanto criação de Allah porque Allah é perfeito, e também é perfeito em tudo o que Ele faz.

Mas, enfim, somos falhos, e isto é humano.

Em minha modesta opinião falhar é tão humano quanto também deve ser característica da pessoa que segue o Caminho da Senda Reta, procurar sempre a sua superação e o seu desenvolvimento, e isto quer dizer também corrigir os seus próprios erros.

Aliás aqui vale um parênteses: antes de querer apontar os erros dos outros, aponte o seu dedo para si mesmo e se preocupe com os seus erros em primeiro lugar.

Mas, continuando a minha linha de raciocínio... mais um Ramadan, e novamente eu vejo sempre atritos discussões acusações distenções e outros comportamentos entre irmãos.

E onde fica o verdadeiro jejum do Ramadan em uma hora destas?

Porque sinceramente de nada adianta você acordar as 4:30hs. da manhã, comer o Sohor (desjejum reforçado), rezar o Salat Fajr (a oração da Alvorada) e ficar até em torno das 17:40hs. sem comer ou beber nada, se no meio disto você não pratica também o jejum da língua, o jejum do coração, o jejum das intenções, o jejum dos pensamentos.

Porque este sim é o jejum verdadeiro e completo. O jejum que traz de fato o sentido do mês de Ramadan, o jejum que nos traz a reflexão, que nos traz sempre que permitirmos a verdadeira TRANSFORMAÇÃO em nossa vida.

O Ramadan é o mês da revelação do Alcorão, e neste sentido é um mês de orações, de compartilhamento, de acolhimento, onde se deve procurar muitas coisas. Por exemplo, o perdão e reconciliação são recomendados antes do Ramadan. A maior convivência entre irmãos e irmãs também. A reflexão, assim como as orações em comunidade, a maior vivência familiar e comunitária, tudo isto faz parte do Ramadan.

Então não nos esqueçamos disto, deste real sentido do jejum, do real sentido e das reais intenções do Ramadan, tá bom?

Eu escrevo isto para todos, para muçulmanos, para não muçulmanos, e para eu mesma também.

Que Allah abençoe o nosso Ramadan, aceite o nosso esforço e o nosso jejum e orações, facilite os nossos passos e nos conceda a dádiva da reflexão verdadeira, da consciência, e da capacidade de aprender cada vez mais.

Salam...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Feliz Ramadan a todos!! =D


Que Allah abençoe e aceite o jejum e as orações de todos os meus irmãos e irmãs no ISLAM no mundo todo!

FELIZ RAMADAN!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ramadan...


Então chegou novamente o Ramandan, e o meu coração se enche de esperança e expectativas porque eu sei que será um novo período de reflexão, experimentação, vivências, e aprendizados.

Eu já descrevi o Ramadan aqui no FILHA DA ALVORADA, não vou repetir isto porque não acho necessário, mas para quem está conhecendo o Islam agora, recomendo a leitura do meu post neste link: http://filhadaalvorada.blogspot.com.br/2011/08/mas-afinal-de-contas-o-que-e-e-como-e-o.html 

Agora eu tenho um novo blog pessoal, o ROSAS EM VERSO E PROSA, mas eu acho que este post será um misto de pessoal com islâmico, eu nunca sei até onde os meus escritos vão me levar, eu apenas sinto e escrevo, e com isto navego até o porto de chegada.

O Ramadan é o mês da revelação do Alcorão, pois foi no Ramadan que o Alcorão foi revelado por Allah, Subhana wa Taala, através do Anjo Gabriel, para o Profeta Muhammad (saws).

É também um mês em que a Ummah no mundo todo se une em orações, jejum do alimento, da água, do coração, da língua, da mente, um mês onde temos a promessa do perdão das faltas cometidas anteriormente, um mês onde sempre ganhamos, onde as portas do céu estão abertas, e as portas do inferno estão trancadas, um mês onde o shaytan está acorrentado, um mês de confraternização, paz, congregação.

Há tantas coisas que eu quero falar sobre este Ramadan em especial, eu tenho tantas esperanças em meu coração, e elas são tão grandes que superam em muito o que existe de decepção.

Eu peço a Allah em minhas súplicas que todos possamos ter um bom Ramadan. E peço a Allah que possamos de fato fazer o jejum verdadeiro, eu peço a Allah que eu possa de fato jejuar, mas não falo do jejum do alimento, falo do jejum da alma, do coração, da mente.

Temos, todos nós, tanto a aprender, e tanto a superar, e podíamos aproveitar este Ramadan para refletir sobre isto, refletir sobre união, sobre perdão, sobre o real sentido de sermos A Nação do Profeta Muhammad (saws).

Eu me lembro novamente dos meus dias inocentes em que eu, ávida por conhecimento e tendo sido arrebatada pela leitura do Alcorão, pesquisava, lia e aprendia coisas lindas sobre o Islam, sobre o modo de vida islâmico, sobre o que Allah nos determinou e nos ensinou à respeito do Seu caminho, o Caminho da Senda Reta.

Eu faço referência a estes dias porque eu de certa forma vivenciei um Ramadan antes de ser muçulmana. Então para mim é sempre o fechamento de um ciclo, me lembro que eu me sentia agoniada durante o Ramadan porque em meu coração eu já era muçulmana mas não havia feito ainda a Shahada, e como eu já tinha contato com o Islam de forma anônima, eu vi todos os muçulmanos vivenciando o Ramadan e eu não conhecia ninguém! Eu nunca havia ido à uma mesquita, e vivenciei tudo isto sozinha, dentro da minha casa...

Eu me lembro que foi algo estranho como me sentir parte de algo do qual eu ainda não fazia parte, foi como estar escondida em um vagão de um trem, anônima, foi como estar ligada porém distante. Foram lindos dias aqueles, hoje eu sei, lindos dias... de ansiedade, de descobertas, de alegrias e de renascimento para mim.

Foi como descobrir onde de fato o sol nascia, e depois do Ramadan, eu fiz a minha Shahada, a dois anos atrás, a dois anos atrás...

E depois disto? Depois disto foi como voltar a ser criança! E como criança eu vivi muitos momentos lindos, guardando em meu coração sempre a espera gostosa e ansiosa pelo meu primeiro Ramadan.

Agora, às portas do Ramadan deste ano, o meu segundo Ramadan, eu estou muito feliz e agradecida a Allah por estar aqui viva e por ser muçulmana!

Dois anos... parece uma eternidade, mas na verdade é apenas o começo, ainda sou uma bebê no Islam. Neste tempo todo, tantas coisas eu vivi e tantas coisas eu senti... foi como estar no meio de um furacão de sentimentos, mas ainda estou aqui.

Em dois anos, eu vi pessoas chegarem e também partirem, eu vi o Islam crescer de uma forma impressionante, vivenciei coisas que me emocionaram, e outra que cortaram com faca o meu coração, eu derramei lágrimas de alegria, mas também de tristeza e dor, eu fui feliz e ao mesmo tempo triste, eu vi pessoas transformarem a sua vida, amigas que chegaram e ficaram, outras que se foram para sempre, eu vi a prática verdadeira do Islam, e também desunião, e hipocrisia...

O Ramadan é também um mês de reflexão, porque não aproveitamos para refletir sobre isto? Porque Subhanallah não podemos nos unir de fato? Superar as diferenças, promover as igualdades, e perceber que todos ganham quando há união verdadeira, e que ao contrário NÃO HÁ VENCEDORES quando brigamos e nos desunimos?

Em dois anos eu conheci pessoas que me impressionaram por sua fé verdadeira e principalmente porque realmente praticam aquilo no qual acreditam. Eu também conheci pessoas que me decepcionaram muito, e outras cujo equilíbrio me parece ser algo realmente frágil. Mas eu acho que tudo isto é muito humano, porém eu amo muito a Allah, eu amo o Islam, e eu amo por Allah todos os meus irmãos e irmãs no Islam, e sabem eu gostaria que fôssemos de fato a prática real do conceito de sermos IRMÃOS, porque irmandade no Islam não é chamarmos uns aos outros de irmãos. Irmandade no Islam é de fato uma irmandade, é de fato enxergar no outro a si mesmo, e com base nisto agir, e se relacionar.

Agora estamos todos atentos ao céu, esperando a Lua certa e abençoada, que nos trará o nosso Ramadan...

Enquanto eu olho para o céu à noite eu peço a Allah em minhas súplicas que haja esta reflexão, que haja de fato o perdão, que haja de fato um sentimento de congregação.

Não sei se este é o Ramadan que um dia eu pensei que teria, há sempre e sempre haverá um Ramadan que nunca veio, que nunca virá para mim... este permanecerá guardado em minhas lembranças daquilo que ficou no campo dos sonhos esquecidos e ao mesmo tempo preservados.

E sim eu lamento muito por isto... mas Allah sabe mais! E que venha então o novo Ramadan!

Que Allah nos abençoe a todos e aceite o nosso jejum, e as nossas orações.

Ramadan Kareen!






quinta-feira, 7 de junho de 2012

PETIÇÃO PÚBLICA CONTRA O PRECONCEITO RELIGIOSO NO MERCADO DE TRABALHO - POR FAVOR ASSINEM, COMPARTILHEM, DIVULGUEM!! VAMOS FAZER ACONTECER, E NÃO ESPERAR QUE UM DIA ACONTEÇA!


PETIÇÃO PÚBLICA CONTRA O PRECONCEITO RELIGIOSO NO MERCADO DE TRABALHO - POR FAVOR ASSINEM, COMPARTILHEM, DIVULGUEM!! VAMOS FAZER ACONTECER, E NÃO ESPERAR QUE UM DIA ACONTEÇA!

Atenção agora porque o assunto é sério!!

O Brasil alega ser um país laico e tem entre suas leis uma que classifica o PRECONCEITO RELIGIOSO COMO CRIME!

No entanto, não é isto que sentimos, vemos e vivenciamos todos os dias em nossas vidas.

São inúmeros os exemplos de preconceitos praticados todos os dias, todos os instantes, no Brasil.

Temos o preconceito racial, o preconceito contra pessoas portadoras de necessidades especiais, o preconceito contra pessoas carentes, o preconceito expressado de todas as formas, velado, quieto, silencioso, ou explosivo violento e destruidor.

Preconceito é filho direto da ignorância porque a falta de conhecimento traz o preconceito.

Dentre estas abjetas manifestações de preconceito que ocorrem no Brasil, nós mulheres muçulmanas sofremos, E MUITO, preconceito religioso no mercado de trabalho.

Muitas de nós são profissionais altamente qualificadas, com experiência e reconhecimento em sua área, e não conseguem emprego simplesmente porque são muçulmanas!

PRECONCEITO RELIGIOSO É CRIME, e este crime acaba por condenar muitas mulheres, grande parte mães de família e responsáveis pelo sustento da sua casa e dos seus filhos, em grave situação de vulnerabilidade social e econômica.

Pensando nisto, e por ser mulher, muçulmana, e também vítima deste processo de exclusão, eu que já critiquei e critico sim a Avaaz por  parcialidade em muitas campanhas, resolvi combater isto dentro da Avaaz em vez de ficar só reclamando, e criei uma PETIÇÃO PÚBLICA pedindo ao Ministro do Trabalho e ao Ministério do Trabalho apenas uma coisa: QUE A LEI SEJA DE FATO COMPRIDA.

Por favor, DIVULGUEM, ASSINEM, COMPARTILHEM, PRECISAMOS FAZER ACONTECER, EM VEZ DE ESPERAR QUE ACONTEÇA.


Assine a petição pública clicando no link abaixo:

sábado, 2 de junho de 2012

Imprensa Brasileira, uma grande mentirosa!!



Salam a todos, este é um pequeno post só para todos ,em especial aqueles que não são muçulmanos, perceberem o quanto a IMPRENSA OCIDENTAL, em especial a BRASILEIRA, é MENTIROSA, CANALHA, SEM CARÁTER, ENGANADORA E MANIPULADORA DE INFORMAÇÕES. E como é um fato que está ocorrendo AGORA, neste momento, e mostra a total disparidade entre o que ocorre de verdade e o que a Imprensa Ocidental, e no caso, em especial a Brasileira, divulga, eu não poderia deixar de usar este exemplo:

Palavras da minha querida irmã Cláudia Sofia Simões, muçulmana, portuguesa, QUE MORA NO EGITO:




"As-Salamo Aleikom

Já vi dizerem na mídia ocidental que os egípcios estão a comemorar as sentenças de Mubarak e outros. Quero esclarecer que não é o caso. Os egípcios estão a PROTESTAR, não a comemorar ou festejar. Isto porque os responsáveis directos pela morte de centenas de protestantes foram declarados como INOCENTES!! ya Allah, proteja-nos de juízes hipócritas..."




Portanto, é mais uma das MILHARES DE MENTIRAS da imprensa no Brasil, e no Ocidente, dizer que os egípcios estão comemorando, tá bom?

Vamos acordar e prestar atenção nas mentiras que a imprensa conta para nós.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Rasgando o Verbo Mais Uma Vez...




Sim sim este post e o anterior estão sendo muito pessoais mas, além de serem úteis, acho que podem conter algumas lições interessantes, embora eu nada saiba e não seja uma professora, mas apenas uma mulher que é sempre uma aprendiz e que gosta de dividir o que vai aprendendo na vida...

E além disso, me desculpem mas eu sou assim, eu só sei ser eu, e é como eu consigo existir: sendo eu mesma e nada mais.

Então, lá vai, uma reprodução de uma nota que eu publiquei em meu perfil no Facebook:






Assalam Waleikum wa Rahmatullah wa Barakatuh,

Que a paz, as bençãos e a misericórdia de Allah, Subhana wa Taala, estejam com todos os meus amigos e com todos os meus irmãos e irmãs no Islam.

Vamos escrever porque escrevendo eu me comunico com o mundo da melhor forma que sei fazer, que é criar, escrever, e tentar em vão descrever o que estou sentindo porque ainda não inventaram palavras suficientes para nomear todos os sentimentos que habitam um coração...

Hoje eu venho aqui sentindo uma necessidade grande dentro de mim de escrever sobre algo que eu preciso falar para todos mas em especial para as minhas queridas irmãs e meus irmãos no Islam.

Eu sou apenas uma menina, uma pequena bebê sobretudo no Islam porque apesar de estar já fazendo dois anos de Shahada, SÃO APENAS DOIS ANOS, e eu nada sei ainda, estou apenas aprendendo, sou sempre uma aprendiz.

Somos todos nós eternos aprendizes e estamos sempre aprendendo. Todos nós, sem exceção, mesmo aqueles que se auto-denominam sábios são aprendizes, mesmo que se fechem para o conhecimento estão sempre aprendendo, e bem sabemos que Allah nos diz que é dever de todo muçulmano e de toda muçulmana, buscar o conhecimento do berço ao túmulo, e esta frase diz que não só somos sempre estudantes e aprendizes como também que vamos ter lições para aprender do começo ao fim da vida.

Mas eu aprendi algumas coisinhas já, e sempre que posso eu fico muito felizinha em dividir o pouco que alhamdulillah eu já aprendi.

Hoje em especial eu vou falar de algumas destas coisas que aprendi e, em paralelo e misturado com tudo isto como sempre, vou falar de mim, e do que estou sentindo.

Sabem eu costumo falar que eu sou uma verdadeira saladinha, porque eu sou brasileira, neta de alemães e muçulmana, além de outros aspectos múltiplos que compõem a mulher que eu sou.

Mas além destes aspectos eu sou também "italiana" no modo de agir em algumas situações. E uma delas acaba de se fazer presente frente aos últimos acontecimentos ocorridos não só na "comunidade" islâmica mas em especial comigo.

E como é este "ser italiana no modo de agir"?

Simples, quando estou com raiva, magoada, triste, decepcionada, eu explodo!!! Então eu gesticulo e fico brava e dou bronca e em geral como tenho raciocínio muito rápido e sou "escrevinhadeira" de textos e letras, eu produzo frases e raciocínios contundentes e faço todo o meu show de extravasar a tensão que estou sentindo.

Isto na verdade traz uma vantagem para mim porque na psicologia percebemos que quem exterioriza tensão tem mais facilidade de transcedência, superação, e de alcançar em seguida um estado de relaxamento e alívio desta mesma tensão.

Isto faz com que eu sempre a minha vida toda tenha a vantagem de não guardar raiva, sabem? Sempre foi assim, mesmo em relação aos agressores que me atacaram quando eu tinha 11 anos de idade, eu fui sim massacrada e destruída pelo que eles fizeram e depois procurei a minha auto-destruição e levei muitos anos, décadas, para conseguir me reinventar, e curar as minhas feridas, mas hoje eu me encontro em tal estado de superação e paz dentro de mim, e agradeço muito a Allah por isto porque se isto aconteceu foi por determinação Dele, que sinceramente não sinto mais nada, o tempo passou e sim isto me modificou para sempre e deixou em mim marcas que nunca mais se apagarão, mas eu sobrevivi, e venci, e me reinventei, e superei. O resto, é com Allah.

Desde que eu comecei a estudar sobre o Islam, a ler o Alcorão, e desde a minha reversão, eu aprendi algumas lições preciosas que me acompanham até hoje.

Uma delas é que um muçulmano NUNCA pode acusar outro muçulmano de não ser muçulmano, porque a Shahada é SAGRADA, é da pessoa diretamente com Allah, e só Allah pode julgar a validade ou não desta Shahada.

Sim sim temos irmãos e irmãs que infelizmente não praticam o que dizem acreditar, alguns se desviam do caminho, outros infelizmente infestam a nossa comunidade de fitnah e hipocrisia, e bem sabemos o tamanho do estrago que isto tem causado não só na comunidade como também na vida de muitas pessoas, MAS MESMO ASSIM SÃO ESTAS PESSOAS MUÇULMANAS SIM, e não podemos falar que não são, a não ser nos casos em que a pessoa abandona mesmo a Religião de Deus ou não faz as orações ou quebra um dos 5 pilares do Islam.

Outra lição importante: Não julgar, porque o julgamento cabe a Allah.

E

Não expor o seu irmão publicamente, se você tem algo a dizer para o seu irmão ou para a sua irmã, diga em particular, não exponha o seu irmão e a sua irmã à vergonha e à admoestação pública.

Eu pratico isto, sabem? Mesmo quando não praticam comigo, eu pratico isto porque eu sou de verdade uma muçulmana!
Então, assim, sendo sincera porém polida porque foi esta a educação que eu recebi dos meus pais, e sendo direta também: eu fiquei muito magoada e muito triste e senti raiva e senti decepção e ainda estou tentando vencer a mim mesma em relação a estes sentimentos que eu senti da minha irmã. E eu não vou citar nomes porque não preciso!!

E eu senti!! E ainda sinto buracos em meu peito, e está sendo difícil lidar com muitas coisas, sabem? Ainda me pego sentindo raiva misturada com todos os tipos de sentimentos de frustração e tristeza, ainda me pego chorando, ainda me pego rangendo sim os dentes e minha jihad tem sido no momento vencer a mim mesma, e pedir a Allah que tire estes sentimentos ruins do meu coração.

Mas porque toda esta intensidade?! Porque isto foi tão brutal e porque gerou tudo isto de uma forma tão forte e profunda?


SIMPLES: PORQUE EU A AMO!!


Entendem o que eu quero dizer??

EU AMO PROFUNDAMENTE ESTA MINHA IRMÃ!! E ELA ME FAZ FALTA!! E SE SINTO RAIVA ÓDIO RANCOR TRISTEZA DECEPÇÃO E FRUSTRAÇÃO DE UMA FORMA TÃO PROFUNDA QUE ME FAZ ESCREVER AQUI EM MAIÚSCULA, É PORQUE A FALTA DELA É SIMPLESMENTE MORTAL E LASCINANTE PARA MIM, E SOBRETUDO PORQUE ELA IMPORTA E MUITO!! NA MINHA VIDA, NO MEU CAMINHO, NA MINHA HISTÓRIA.

Eu estou magoada, e eu estou dizendo isto! E fui eu quem foi atingida, e fui eu que fui diretamente envolvida neste episódio.

Então se eu estou falando isto, por favor, peço a todos, não me julguem, mas também não julguem ela!!

Porque Allah é testemunha de nossos corações, e ninguém mais. Só Allah sabe o que eu estou passando, e o que ela está passando também, eu tenho certeza disto.

E eu não sei dela, e ela não sabe de mim, porque em um momento em que a gasolina pega fogo não adianta jogar água porque não é assim que o fogo apaga, não adianta!! Enquanto houver combustível, há incêndio...

Allah também é testemunha de minhas orações, e em minhas orações eu desejo que possamos sim superar este rompimento, porque caminhamos lado a lado durante muitos dias das nossas vidas e porque eu sei que esta amizade que para mim era tão preciosa e guardada com carinho em um diamante raro e cristalino em meu coração foi sim uma dádiva.

Mas tenho de aceitar o que Allah determina para mim, para nós, para ela também.

Se for da vontade de Allah para quem nada é impossível, talvez um dia possamos estar fortalecidas em nossa amizade, ou então talvez tenhamos de nos conformar em nunca mais passear juntas sob o sol que Allah nos concede todos os dias, mas por favor, eu peço,

NÃO JULGUEM ELA, E NÃO JULGUEM A MIM, POR FAVOR, PORQUE JÁ TEMOS SOFRIMENTO DEMAIS NESTE MOMENTO...

Que Allah nos conceda a compreensão e a humildade suficiente para de fato estarmos todos nós preparados para adquirir novos conhecimentos e com isto crescermos todos sob as bençãos dele.

Salam! 

sábado, 19 de maio de 2012

Grandes Expectativas (Eu gostaria que você estivesse aqui...)



Quero te dizer que eu te amo demais, e que eu não sabia como falar isto ou onde falar então resolvi escrever aqui neste meu canto tão especial e forte, muitas vezes dedicado muitas vezes reservado e ao mesmo tempo público permeado de palavras cujos significados são na verdade ocultos para quem não sabe ler, para quem não sabe sentir...

Preciso te dizer que te amo de verdade, e eu não sabia o que fazer com a bola dura que estava entalada em minha garganta me sufocando e me fazendo ficar gelada porque eu não conseguia falar, mas talvez eu ainda estivesse com muita raiva, não sei se agora sinto raiva, não sei definir em palavras o que sinto agora e acho uma grande covardia o ato de tentarmos traduzir em palavras o que sentimos, porque não inventaram as palavras certas para descrevermos de fato os sentimentos...

Mas quando eu paro para pensar eu sei que sinto algumas coisas como tristeza, e também decepção, e sinto também a sua falta, eu insisto em pensar que um dia tudo vai se resolver e devo confiar de fato em Allah mas ao mesmo tempo eu sinto em mim uma angústia que eu já conheço, que já aprendi a decodificar. E esta angústia em particular me diz que algo de fato morreu naquela curva estranha lá atrás na estrada, algo de fato morreu, eu só não sei o que foi, ainda não sei...

Talvez agora que tudo passou eu consiga retomar o meu olhar de compreensão, mas isto não quer dizer aceitação, porque compreender é diferente de aceitar, compreender é entender a razão por trás da ação, mesmo que eu discorde da ação.

O fato é que você errou comigo. Errou muito comigo, de tudo o que você poderia ter feito, você conseguiu fazer simplesmente o pior!

E em vez de ajudar a resolver um problema, a única coisa que você conseguiu foi piorar e muito o problema já existente, e criar com isto muito mais problemas, foi a única coisa que aconteceu.

Sabe eu estive movendo rochas por você. E todas as vezes que as lanças tentavam te atingir eu me colocava ao seu lado, disposta a quebrar as lanças que voavam certeiras e afiadas na sua direção, disposta a me ferir com você se você também se ferisse.

Sabe eu não vesti uma máscara, e mostrei para você apenas o meu sorriso, a minha face boa, o lado iluminado da minha lua, eu me mostrei inteira!!! E fui muito verdadeira, e sempre procurei dar a você a fidelidade e amizade que eu achei que você merecia de mim, porque eu confiava em você.

Você pensa que eu não te conheço? Pensa que sei de você apenas as qualidades?? De jeito nenhum! Porque assim como eu me mostrei inteira, ao mesmo tempo eu também soube ver você de modo integral, apenas nunca falei, porque não preciso, porque isto não importa!

Porque amar de verdade, em todos os modos de expressão de amor, seja ele um irmão, um homem, um amigo, não importa qual é a forma de amar!!

Amar sim é transcender!!

Amar sim é aceitar!!!

Amar é sim falar quando preciso, e se calar quando a voz não é necessária. Eu sei sim de seus lados e seus aspectos, apenas nunca precisei falar, apenas isto. Porque nada disto era importante para mim. Você era importante para mim, acima de tudo você e o que tínhamos entre nós.
Quando há de fato o amor, há então a compreensão, que mais uma vez eu afirmo, não quer dizer aceitação.

Compreender e amar é de fato dizer “estou do seu lado” na hora do perigo. É sorrir e chorar, e eu contava com você para isto, só com você, mas quando as lanças apontaram para mim, você me deixou sozinha, e se afastou de mim...

E agora tudo está destruído, e pode ser que um dia eu olhe para trás e veja esta época da minha vida apenas como um segundo congelado suspenso no tempo em uma gota de chuva de uma manhã que já passou...

Pode ser que seja isto o que Allah de fato determinou...

O tempo certo, de começo e fim...

Mas mesmo assim, e mesmo sentindo ainda as feridas causadas pelas lanças que me atingiram quando você virou as costas para mim, mesmo assim eu te digo, que eu gostaria que você estivesse aqui...


sábado, 5 de maio de 2012

O que você não viu, e nem vai ver no Jornal Nacional...



Aí fica aquela pergunta no ar:

ESTE É O MUNDO QUE ESTAMOS CONSTRUÍNDO?

OU DE FATO ESTAMOS DESTRUÍNDO O MUNDO...


"QUEM IRÁ PAGAR PELO SANGUE DERRAMADO DE MARWA? QUEM IRÁ SUSTENTAR SEU FILHO? POR QUE A MÍDIA NÃO DIVULGA ISSO? POR QUE? POR QUE MARWA NÃO MERECE MÍSEROS SEGUNDOS DO JORNAL NACIONAL?


ONDE ESTÁ A ONU? OS DIREITOS HUMANOS? ONDE ESTÁ A MÍDIA? ONDE ESTÁ A LIBERDADE DE EXPRESSÃO DO OCIDENTE? ONDE ESTÁ A SEGURANÇA DO OCIDENTE? POR QUE ALGUMAS NOTÍCIAS SÃO MAIS IMPORTANTES QUE OUTRAS?"  E eu acrescento, ONDE ESTA A AVAAZ?



"MEUS IRMÃOS E MEUS AMIGOS, POR DEUS, REPASSEM ESSA NOTÍCIA PARA QUE A VERDADEIRA FACE DOS TERRORISTAS ENGRAVATADOS APAREÇA!"



(Pérolas do Alcorão)



sexta-feira, 27 de abril de 2012

Anistia Internacional denuncia discriminação contra muçulmanos na Europa


Esta matéria reproduzida abaixo é importante e merece e deve ser lida, mas fica aqui desde já a minha pergunta intrigante: E no Brasil?


Hoje eu fiquei sabendo de um caso estarrecedor! Irmã no Rio de Janeiro andava tranquilamente na rua quando recebeu uma bofetada no rosto de um homem, que rasgou o seu véu e a ofendeu com palavras, antes de sair correndo e sumir entre as ruas da região. E casos assim têm acontecido por aqui.

Mas ao contrário do que ocorre em outros lugares, aqui no Brasil o nosso problema é muito mais grave, porque não há reação, não há união, não há de fato um sentido de "comum-unidade".

Porque aqui estamos todos nós indefesos, cada um por si só, e todos contra todos, porque aqui o grande inimigo de fato do Islam não está fora, mas dentro, entre nós.

Enquanto afunda-se em fitnah, exclusão, racismo, preconceito, enquanto a corda é puxada de todos os lados até que se arrebente, casos como este que são crimes aumentam, e irmãos e irmãs são expostos a situações de vulnerabilidade, até quando?? Até quando??

Vamos ao artigo, enfim...



O relatório que a Anistia Internacional acaba de publicar sobre a discriminação da qual são objeto os muçulmanos na Europa é uma radiografia límpida de um processo de exclusão que se amplia com a influência crescente dos partidos de extrema-direita populistas que pululam no Velho Continente. A prova mais delirante dessa política é o famoso referendo organizado na Suíça em 2009 (foi aprovado por 57% dos votantes), mediante o qual se aprovou a proibição de construir novas mesquitas no país.

Paris - Chamar-se Ahmed, Muhhamad, Amel ou Fátima é como estar condenado. Discriminação para obter um trabalho ou moradia, desconfiança dos olhares nas lojas, reprovação em todos os níveis. O relatório que a Anistia Internacional acaba de publicar sobre a discriminação da qual são objeto os muçulmanos na Europa é uma radiografia límpida de um processo de exclusão que se amplia com a influência crescente dos partidos de extrema-direita populistas que pululam no Velho Continente. O relatório intitulado “Eleição e preconceito, as discriminações contra os muçulmanos na Europa” é o primeiro deste tipo por sua amplitude continental. 



O trabalho analisa a situação em países como a Espanha, Bélgica, França, Holanda e Suíça e tira uma conclusão imediata por cima das estatísticas discriminatórias: “os partidos políticos alimentam o medo ao Islã na Europa”, diz John Dalhuisen, diretor do programa Europa-Ásia Central na Anistia Internacional. A segunda conclusão radica em que as práticas discriminatórias motivadas pela pertinência cultural religiosa têm vigência “inclusive nos países onde a discriminação fundada sobre a religião ou as convicções é ilegal”. 


Esta exaustiva investigação de terreno demonstra como “os estereótipos ligados às práticas religiosas e culturais muçulmanas acarretaram a aparição de discriminações no mercado de trabalho e nas escolas contra as pessoas que trazem signos ou roupa associados ao Islã”. No concreto, uma mulher muçulmana hiper qualificada, com diplomas prestigiosos e um currículo ideal, não será contratada se usa um véu na cabeça. 

A Anistia cita numerosos casos. Um deles, o de Ahmed, um suíço natural da África do Norte que trabalhou durante 15 anos na mesma empresa. Segundo ele mesmo relata, nunca exibiu sua prática religiosa. Sempre foi discreto e jamais pediu folga em dias das festas muçulmanas. Quando deixou crescer a barba, seus colegas começaram a dizer que se parecia com Bin Laden. Seu destino ficou selado no momento que ingressou à empresa uma mulher que detestava os árabes e os muçulmanos. Apesar de uma folha de serviços excepcional, foi despedido sem motivo. 

Amel viveu uma situação inversa na França: não a despediram, mas não a contrataram porque levava um lenço na cabeça. Em pleno Século XXI, com sociedades impregnadas de multiculturalismo e mega conectadas mediante a informação e as redes, os árabes e os muçulmanos continuam despertando medo e repulsa, como se fossem de outra espécie. O relatório da Anistia dá conta de numerosos casos nos quais as pessoas perderam um trabalho por causa do lenço que cobre a cabeça ou qualquer outro signo “desgosta aos clientes” ou “estraga a imagem da empresa”. 

A incompreensão é imensa, tanto como a rude e suja campanha que a extrema direita europeia vem fazendo contra os muçulmanos, inclusive quando tem a nacionalidade do país no qual residem, porque são a segunda ou terceira geração e nasceram ali. A Anistia também questiona o princípio adotado na França em 2004 – ampliado depois a outros campos - e depois na Espanha, Bélgica, Suíça, Holanda e Turquia, que proíbe o uso de “signos religiosos distintivos” nas escolas públicas e nos lugares públicos. 

Essas “proibições” constituem para a ONG “discriminações contra os alunos muçulmanos, que não podem exercer o direito à liberdade de expressão, à liberdade religiosa ou à liberdade das convicções”. A caça ao muçulmano é global. A Anistia cita muitos exemplos. Um, na Espanha: uma adolescente muçulmana de 16 anos foi impedida de comparecer aos cursos do liceu público Pozuelo de Alarcón, nos arredores de Madri, porque levava o véu. Dois, na Holanda: uma escola católica da cidade de Volendam proibiu o uso do véu. Com essa medida se impediu que um aluno muçulmano seguisse os cursos. 

Neste contexto, a Anistia questiona o argumento francês que justifica essas medidas como meio de que se respeite a laicidade: “segundo o direito relativo aos direitos humanos, a laicidade não é um motivo legítimo para restringir a liberdade de expressão, a liberdade religiosa ou de convicção”. Cabe lembrar que sob o mandato do presidente Nicolas Sarkozy se proibiu igualmente o uso da “burka”, o véu integral. As milionárias das monarquias do Golfo que vinham fazer suas compras em Paris agora o fazem em Londres. A Bélgica também adotou uma medida similar. 

A perseguição se faz extensiva à construção ou implantação de lugares de culto muçulmano. A prova mais delirante dessa política é o famoso referendo organizado na Suíça em 2009 (foi aprovado por 57% dos votantes), mediante o qual se aprovou a proibição de construir novas mesquitas no país. Em toda a Confederação Helvética só existem quatro mesquitas. Nos demais países citados pelo relatório, ainda que não exista uma lei semelhante à suíça inscrita na Constituição, os muçulmanos têm grandes problemas para construir lugares de culto. 

Na conclusão do relatório, a Anistia Internacional formula uma série de recomendações aos poderes públicos. A ONG chama os governos da Europa a “atuar mais para combater os estereótipos negativos contra os muçulmanos, estereótipos que alimentam as discriminações”. Aqui fica exposta a responsabilidade dos dirigentes políticos cujas ideologias, em vez de apaziguar, sopram sobre as brasas. 

A Anistia lembra que “em vez de combater os preconceitos, os partidos e os responsáveis públicos vão seguidamente em direção dos preconceitos com a meta de esperar benefícios eleitorais”. Não precisa desenvolver nenhum extenso argumento para verificar a validade da recomendação. O partido de extrema direita francês Frente Nacional obteve quase 18% dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais do dia 22 de abril. Seu principal recurso é o racismo global e seu inimigo central são os muçulmanos. Os benefícios do ódio, do medo, dos preconceitos e a propaganda política são perfeitamente quantificáveis. 

Tradução: Libório Junior